sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Por que nos sentimos ofendidos e o que podemos fazer a respeito?

Algumas pessoas têm o hábito de se ofender com extrema facilidade. No entanto, todos nós, em algum momento, cometemos o erro de reagir de forma desproporcional a uma atitude ou comentário que, pensando friamente, não era tão importante. Então, por que nos sentimos ofendidos? De onde vem essa mola interior que nos faz saltar em direção ao “inimigo” de forma desproporcional?

Por alguma razão, diante de certas circunstâncias, o nosso julgamento fica nublado e o cérebro mais primitivo ou emocional assume o controle. Se, analisando logicamente, entendemos que ultrapassamos o limite na nossa interpretação dos fatos, por que não podemos nos controlar neste momento?

O hábito de se sentir ofendido pode causar um grande sofrimento. Faz com que tenhamos a percepção de que os outros querem nos machucar, nos humilhar ou nos subestimar, o que nos deixa em constante estado de alerta. Além disso, essa suscetibilidade extrema afeta as nossas relações interpessoais, tensionando-as, rompendo-as ou as tornando fonte de sofrimento para todos os envolvidos. O que podemos fazer a respeito disso?

Mulher nervosa e preocupada

Por que nos sentimos ofendidos?

O objetivo não é, em caso algum, permitir que nos desrespeitem ou nos prejudiquem. Existem situações de óbvio insulto ou clara agressão em que é lógico e saudável sentir-se ofendido e defender a nossa integridade. No entanto, em muitos outros casos, é mais uma percepção equivocada da nossa parte, e é aqui que devemos agir.

Fatores principais

É importante entender quais são as variáveis ​​que modulam esta suscetibilidade exagerada:

  • Feridas da infância: nos primeiros anos de vida, vivenciamos situações que nos marcam com alguma das cinco feridas que Lise Bourbeau expõe em sua obra. Por isso, na idade adulta, quando alguém “toca” nessa ferida, as lembranças da dor ressurgem e ampliam o ocorrido. Não nos ofendemos tanto com o que nos dizem, mas com o que despertam em nossa memória.
  • Baixa autoestima: nos sentimos ofendidos com mais frequência se a nossa autoestima não for sólida e forte. O nosso sentimento interior de inferioridade nos leva a tentar por todos os meios que os outros não nos percebam dessa forma. Por isso criamos uma imagem; temos uma falsa e frágil autoestima e não podemos permitir que a ataquem, mesmo que minimamente, ou ficaríamos expostos.
  • Rigidez: também é comum que características como inflexibilidade cognitiva ou pensamento dicotômico nos levem a nos ofender com facilidade. Aqueles que acham que os outros deveriam ser e agir de uma determinada maneira podem interpretar mal qualquer ato ou comentário que vá além das suas expectativas. Uma piada pode ser considerada uma ofensa se não considerarmos adequado reagir com humor naquele momento.
  • Hábito: repetir um padrão de comportamento ou pensamento apenas aumenta a facilidade de repeti-lo. A repetição fortalece as conexões neurais associadas, fazendo com que certas reações se tornem automatizadas. Por esse motivo, algumas pessoas podem ter adquirido o hábito de se sentir ofendidas, de modo que agora é difícil para elas encontrar outras formas cognitivas de interpretar as situações.
Mulher ansiosa recebendo apoio

O que podemos fazer quando nos sentimos ofendidos com frequência?

O principal é entender que ninguém nos ofende, nós ofendemos a nós mesmos, a escolha é nossa. Não podemos controlar a forma como os outros falam ou se comportam, a nossa única escolha é como reagir a isso. Por isso, é preciso nos habituarmos a não saltar como uma mola, a realizar um trabalho pessoal no qual optamos por não nos sentirmos ofendidos.

Se os ataques forem claramente prejudiciais, use uma comunicação assertiva, defenda os seus direitos com respeito ou corte esse vínculo. Mas sempre analise a veracidade da sua interpretação, já que comumente observamos o que acontece através das lentes das nossas feridas e carências.

Nesse sentido, você precisa se livrar do hábito de se sentir ofendido e acostumar a sua mente a buscar e usar outras vias cognitivas. Pergunte, não suponha. Em muitas ocasiões, a suscetibilidade nos leva a esperar o pior, a considerar as intenções negativas como certas, quando a realidade não é bem assim.

Flexibilizar a interpretação que fazemos do que os outros dizem ou fazem em suas interações conosco evitará conflitos e vai melhorar as nossas relações sociais e o nosso estado interior. Por que não tentar? Às vezes, ter paz é mais saudável do que ter razão.

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Como explicar a morte para as crianças

Como explicar a morte para as crianças? Antes de responder, cabe mencionar aqui outro conceito: o luto ou a forma de vivenciar uma perda ou uma morte. O luto é um processo complexo que enfrentamos quando perdemos um ente querido, mas também acontece quando passamos por um término, perdemos um emprego, adquirimos alguma deficiência, etc. Trata-se de um processo de reorganização e reestruturação da realidade que permitirá a nossa adaptação à nova vida deixada por essa perda.

Neste artigo, vamos responder à questão de como explicar a morte para as crianças através dos conselhos e dicas da Sociedade Catalã de Pediatria e Parc Taul de Sabadell. Como vamos ver a seguir, as dicas variam ligeiramente em função da idade, e isso tem muito a ver com a evolução da criança e com o conceito de morte que se tem em cada período evolutivo.

Em primeiro lugar, vamos explicar em que fase do desenvolvimento encontram-se as crianças de acordo com sua faixa etária (a nível psicológico, social, de linguagem, autonomia, etc), para posteriormente abordar a questão de como entendem a morte em sua idade e como podemos explicar o falecimento de um ente querido para elas. Estes pontos prévios serão imprescindíveis para entender por que devemos usar uma linguagem e dicas específicas e não outras.

“Toda tentativa de eliminar o luto irrita ainda mais. É necessário esperar até que seja digerido e seus restos sejam dissipados”.
– Samuel Johnson –

Menino triste

Explicar a morte para as crianças na primeira infância

A primeira infância abrange o período de vida desde o nascimento até os 2 anos de idade. Nesta faixa etária, o mundo dos pequenos gira em torno das rotinas da vida cotidiana e o contato com os cuidadores é primordial.

Aos 2 anos de idade, a linguagem está em pleno apogeu e as crianças podem entender e falar palavras relacionadas com sua vida cotidiana. Podem sentir e expressar emoções básicas, como o prazer ou a raiva, por meio de seu comportamento.

Como é o luto nesta idade? Aos 2 anos de idade, as crianças ainda não entendem a morte. Logicamente, se o falecido for seu cuidador principal, isso afetará a criança, embora ela não possa compreender o que está acontecendo. Por isso, preservar ao máximo a rotina do dia a dia da criança será de muita importância. Além disso, é importante que o cuidado do seu dia a dia continue sendo feito pelo cuidador principal, caso possível.

Além disso, devemos levar em conta que as expressões emocionais muito intensas por parte do adulto podem angustiar a criança. Neste sentido, até os 2 anos de idade, as crianças expressam suas emoções com o comportamento, e não através da linguagem.

Como vimos, o luto na primeira infância é muito particular, mas cabe reforçar que é importante que a criança não se sinta descuidada nem perca o contato com outras figuras de referência.

Como podemos fazer isso?

Embora a compreensão seja muito limitada na primeira infância, você deve comunicar a notícia. Como? Contanto que a criança tenha linguagem, será importante utilizar palavras ou frases simples e breves, e transmitir a notícia com clareza e calma, oferecendo um entorno de segurança. A notícia deverá ser comunicada pelo cuidador principal, em um lugar confortável e familiar para a criança.

Quando isso deve ser feito? Quando o adulto sentir que tem suas emoções sob controle. Além disso, após o comunicado da notícia, deve existir a possibilidade de que a criança volte à sua brincadeira ou rotina normal. A volta à normalidade é importantíssima nesta etapa.

3 a 5 anos de idade (idade pré-escolar)

Como explicar a morte para crianças entre 3 e 5 anos de idade? Antes de qualquer coisa, vamos ver como é o desenvolvimento nessas idades. Entre os 3 e 5 anos de idade, as crianças costumam ser inquietas e curiosas, e começam a ganhar autonomia (além de pedir por ela). Os medos e as fantasias podem começar a aparecer. A linguagem começa a se consolidar.

A nível mental, seu pensamento é egocêntrico, o que significa que entendem o mundo a partir delas mesmas e das suas próprias vivências. Por outro lado, ao interpretar os acontecimentos, seu pensamento aqui é pouco flexível e um pouco mágico.

Como é o luto nesta fase? De acordo com especialistas, aqui as crianças não entendem que a morte é universal e que, um dia, todos nós iremos morrer. Elas têm um conceito de morte reversível (ou seja, que não é para sempre). Seu pensamento mágico faz com que confundam um pensamento com um fato (podem pensar que “se pensarem sobre a morte, ela acontecerá”, por exemplo).

Como podemos fazer isso?

Como explicar a morte para as crianças destas idades? De acordo com a Sociedade de Pediatria, devemos oferecer uma explicação concreta e real, baseada em seu cotidiano e na sua experiência. A explicação será dada pelo cuidador principal quando a criança estiver tranquila, em um lugar seguro para ela.

A notícia deve ser comunicada o quanto antes. Não é necessário esperar. Finalmente, devemos oferecer um espaço para que a criança possa solucionar suas dúvidas, caso tenha alguma.

Explicar a morte para crianças de 6 a 9 anos de idade

Nesta faixa etária, a autonomia está em pleno auge e a linguagem já está desenvolvida. As crianças falam e entendem conceitos cada vez mais abstratos e simbólicos. Além disso, seu pensamento é mais flexível e reflexivo, e elas sentem muita curiosidade. Finalmente, a maioria é capaz de diferenciar realidade de fantasia.

Em relação à morte, é aqui que começam a entender que a morte não tem retorno, ou seja, que é irreversível. Entendem, também, que o corpo para de funcionar quando morremos. Ainda não integram a ideia da sua própria morte, mas se preocupam com a possibilidade de alguém próximo morrer.

Como podemos fazer isso?

Será imprescindível não enganá-las nem utilizar metáforas, já que isso pode frustrá-las e gerar mais dúvidas e confusão. Nesta etapa é normal buscar explicações, e por isso devemos estar disponíveis para resolver suas dúvidas de maneira franca e clara.

A comunicação da notícia deverá ser feita através de uma explicação clara, real e breve, e não devemos esperar muito para transmiti-la.

Explicar a morte para crianças de 10 a 13 anos de idade (pré-adolescência)

Nestas idades começam as mudanças da puberdade. O domínio da linguagem já é total e seu pensamento lhes permite raciocinar de forma lógica sobre situações abstratas. Podem identificar e expressar emoções complexas (como a decepção, por exemplo) e, além disso, entendem que as diferentes emoções podem conviver de forma simultânea.

Na pré-adolescência, o conceito de morte já se desenvolveu de forma completa e, em relação a ela, entendem o seguinte:

  • A morte é irreversível
  • O corpo deixa de funcionar
  • Todos nós morremos (inclusive elas mesmas)
  • Possuem medo da perda

Como podemos fazer isso?

Como explicar a morte para pré-adolescentes? Assim como nas idades anteriores, faremos isso de forma clara, breve e sincera.

Buscaremos um lugar íntimo e tranquilo para fazer isso, e permitiremos que o adolescente expresse suas emoções e comunique suas dúvidas ou perguntas.

Pai consolando filho

Adolescência

Finalmente, entramos na adolescência, uma etapa caracterizada por mudanças em todos os sentidos. A maioria dos adolescentes começa uma “luta” pela sua independência sobre a qual, em muitos casos, vão configurando pouco a pouco seu autoconceito, além de uma imagem mais precisa sobre o seu entorno. É por tudo isso que o luto na adolescência é diferente do luto na infância ou na fase adulta.

Trata-se de uma etapa delicada, na qual haverá um momento de vulnerabilidade. As perdas aqui costumam ser muito significativas, pois eles tiveram tempo de formar uma relação com a pessoa falecida. Por outro lado, são capazes de compreender o que uma morte significa.

Como será o luto? Será mais ou menos intenso em função do grau de intimidade e vínculo com a pessoa falecida, as circunstâncias da morte, a possibilidade ou não de se despedir, etc.

Como podemos fazer isso?

Nesta etapa especialmente sensível, devemos explicar a morte de forma definitiva e o motivo da mesma de forma cuidadosa.

O ideal é que a notícia seja comunicada pela pessoa que tenha mais vínculo com o adolescente, em um lugar íntimo e o mais rápido possível. Devemos fazer isso de forma honesta e concisa, respeitando seu espaço e nos mostrando disponíveis para resolver qualquer questionamento que possa surgir.

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Como superar o medo de pássaros

A ornitofobia, ou o medo de pássaros, é um medo irracional que pode afetar seriamente a vida de quem sofre com ele. A pessoa enfrenta um medo muito intenso ou excessivo em relação a esses animais. No entanto, como acontece com a maioria das fobias, ela pode ser superada por meio de uma série de exercícios.

Para enfrentar o medo é preciso esforço e perseverança, pois este é um processo complexo e delicado. Ele pode ser ainda mais longo e trabalhoso caso se trate de uma fobia, ou seja, de um transtorno de ansiedade que afeta várias áreas da vida diária. Nesse caso, para superar o problema, o melhor é procurar a ajuda de um psicólogo.

Como superar o medo de pássaros?

A origem da maioria dos medos e fobias de animais reside em experiências traumáticas, falta de conhecimento e comportamentos aprendidos. Assim, as intervenções das fobia têm como objetivo gerar uma experiência positiva ou neutra com o objeto do medo.

As técnicas psicológicas que são aplicadas fazem isso usando várias estratégias, incluindo aprender sobre o animal para desmistificá-lo, gerar novas emoções e expor-se de forma descontraída. Esses exercícios, de certa maneira, podem ser realizados de forma autônoma. Porém, se o medo for muito intenso, é melhor ter a orientação e o conhecimento profissional de um psicólogo.

Essas técnicas para superar o medo de pássaros podem ser muito úteis, desde que se analise previamente se esses exercícios de autoajuda são suficientes ou se é necessário procurar ajuda psicológica.

Como superar o medo de pássaros?

1. Aprenda sobre os pássaros

Descubra mais sobre as aves, principalmente as espécies que mais te assustam. Conhecer seu comportamento, sua forma de sobrevivência e seu papel na natureza pode diminuir a intensidade do medo.

Você pode começar lendo informações sobre os pássaros com um caráter mais dócil ou mais inofensivo. Por outro lado, isso também pode te dar um controle sobre a situação, sabendo em que condições é mais fácil para eles atacarem ou quais sinais de aviso eles emitem. Também é muito útil saber para onde eles gostam de ir e o que os incentiva a virem até nós.

O conhecimento irá ajudá-lo a ver os pássaros a partir de outra perspectiva e conhecer seu lado positivo. O aprendizado vai levá-lo a quebrar alguns mitos que você possa ter sobre eles.

2. Exponha-se pouco a pouco para superar o medo de pássaros

Pegue um lápis e um papel e faça uma lista de exposição. Para fazer isso, numa ordem de menos para mais, anote dez coisas que te assustam em relação aos pássaros ou a um pássaro específico. O número um deve indicar o mínimo de ansiedade que você sente. Por exemplo, ver a foto de um pássaro. E o 10 seria o que mais te assustaria. Neste caso, um pássaro pousando ao seu lado.

Aos poucos, você terá que se expor a esses elementos. Recomenda-se planejar o calendário de exposições, observando quanto tempo você vai dedicar e quanto tempo vai durar. Além disso, você precisa se expor a cada estímulo várias vezes até que o nível de ansiedade diminua. Para fazer isso, você deve classificar seu nível de ansiedade ou medo de 1 a 10 ao enfrentar um elemento.

Se após várias ocasiões a pontuação for baixa (menos de 5), você pode prosseguir com estímulos mais desagradáveis ​​ou passar para o próximo elemento. Por outro lado, se o seu nível de ansiedade estiver ficando cada vez mais alto, você terá que permanecer nesse elemento por um tempo até que o nível de ansiedade esteja baixo e permita que você passe para o próximo item da lista. Nesse sentido, é fundamental que você pratique exercícios de relaxamento para que possa realizá-los durante as exposições.

Se você perceber que, com o tempo, a ansiedade não diminui ou você não consegue seguir em frente, é provável que precise procurar ajuda psicológica. Se você sentir que tem forças para continuar, siga as recomendações de nível de ansiedade acima até chegar ao 10.

3. Desfrute da abordagem

Depois de ser exposto a estímulos simples, certamente no elemento 10 você já abordou algum tipo de pássaro. Uma vez aqui, você terá alcançado a etapa mais importante para superar o medo de pássaros. No entanto, agora é hora de substituir as emoções negativas por outras mais positivas enquanto estiver perto de um desses animais. Para fazer isso, primeiro fique calmo e tente não fugir.

Fique perto do pássaro, mas com alguma distância. Se o seu nível de ansiedade permitir, chegue um pouco mais perto. É provável que, depois de se informar sobre as aves, você seja capaz de identificar de que espécie são e se você está seguro. Uma ajuda para essa etapa poderia ser visitar uma reserva natural protegida onde os animais são livres, mas controlados.

Uma vez perto do animal, você pode aproveitar para observar seu corpo, suas cores e, principalmente, o seu comportamento. Provavelmente você descobrirá que nada vai te acontecer ao ficar ao lado do pássaro e que qualquer movimento o assustará e ele fugirá. No entanto, tente não fazer movimentos bruscos, apenas mantenha uma postura relaxada. Além disso, embora possa parecer um pouco louco, conversar com o animal pode fazer você se sentir mais confortável e percebê-lo de forma mais amigável.

Passarinho

Analise-se durante o processo

Ao realizar estes exercícios, você pode superar o seu medo de pássaros. Mesmo assim, o mais importante é que você se observe e não se force mais do que o necessário. Se em algum momento você sentir muita ansiedade, deixe os exercícios de lado pelo tempo que precisar. Depois, pense se seria melhor procurar um psicólogo profissional para uma orientação.

Se, em vez disso, você conseguir avançar e superar o medoisso reforçará seu senso de controle e segurança e, assim, você se sentirá mais forte ao enfrentar outros medos.

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Os 4 melhores exercícios para tratar Dor Lombar

Dor lombar crônica é uma ocorrência tão comum nos Studios que a maioria dos profissionais já está acostumado com ela. Mesmo assim, nem sempre sabemos quais exercícios para tratar dor lombar devemos trabalhar para conseguir resultados eficientes.

Alunos com dor lombar, especialmente quando ela é inespecífica (sem causa aparente), tem alguns complicadores no seu caso. Eles esperam sentir a dor a todo movimento ou em alguns movimentos específicos, com o tempo seu psicológico torna-se condicionado a sentir o desconforto e ter medo da dor. 

E é justamente assim que ele começa a evitar o movimento e deixa seu corpo perder todas as características funcionais.

O instrutor precisará passar confiança para que esse aluno aprenda a se mover. Isso cria diversos desafios para o instrutor, que terá dificuldades para passar exercícios e também para conseguir um tratamento eficiente.

Falta de segurança em si mesmo e incapacidade para mostrar essa segurança para o aluno é uma das maiores dificuldades no tratamento de alguém com dor. Outra grande dificuldade de boa parte dos profissionais é escolher os exercícios ideais para cada aluno.

É sempre bom ter um bom repertório para escolher, contudo, é fundamental saber alinhar os objetivos e aplicá-los corretamente. Quero te ajudar nessa tarefa, então confira nesse artigo os 4 melhores exercícios para tratar dor lombar!

E se o aluno estiver sem dor?

Alguns alunos com dor crônica só sentem dor durante suas crises, que são períodos onde a limitação do movimento chega ao máximo. Fora desse período eles tem um corpo aparentemente normal.

E o que devo fazer quando o aluno está neste período de alívio? Quem pensa que essa é a hora de relaxar e esquecer dos exercícios para tratar dor lombar, está completamente errado.

Precisamos aproveitar o tempo que nosso paciente passa sem dor para tratar de maneira ainda mais focada a disfunção.

Outra maneira de usar o tempo fora da crise é avaliar seu aluno. Isso é especialmente importante para quem trabalha com alguém que não tem um diagnóstico clínico fechado. 

Sei que algumas vezes os alunos já vêm com todos os exames e indicação médica, mas a nossa avaliação, a forma que olhamos a pessoa se movimentar será muito eficiente para garantir o tratamento certo.

Avaliação de alunos com lombalgia

Antes de começar qualquer exercício você deve fazer uma avaliação cuidadosa em seu aluno. Mesmo que ela tenha dor aguda, é pouco provável que só uma musculatura esteja tensionada. Em casos de dor crônica então, você pode ter certeza que existe uma série de problemas afetando o corpo.

Através da avaliação conseguimos determinar onde está a origem, ou ao menos chegar perto disso, para conseguir direcionar o tratamento. Nessa hora preciso lembrar a todos vocês que a avaliação não deve ser só de como seu aluno se move em aula.

Dentro do Studio a pessoa está num ambiente controlado, sem ou com pouco estresse e com um profissional observando seus movimentos. Mas como ele é fora dali?

Talvez esse problema lombar tenha a ver com a posição que ele adota durante o trabalho, ou com algum movimento errado que está fazendo ao praticar atividades físicas. Precisamos saber de todos os fatores externos que estão influenciando a lombalgia do paciente.

No caso de atletas, o ideal é fazer a avaliação usando os movimentos que a pessoa realiza nessa atividade. É provável que seus movimentos influenciam na lombalgia ou que estejam sofrendo compensações devido a isso, descubra como ele se move na atividade para conseguir corrigir eventuais problemas em aula.

Uma pergunta frequente que recebo: é melhor fazer avaliação dinâmica ou estática?

Em geral prefiro fazer avaliação dinâmica no paciente. Pense nas atividades que a pessoa faz durante o dia: todas elas envolvem movimento. Ela está se movendo enquanto trabalha, enquanto limpa a casa, enquanto dirige. Então precisamos conseguir realizar uma avaliação através do movimento.

No caso de dores lombares a avaliação é de extrema importância para conseguir estimar a causa. Várias fáscias podem influenciar na lombalgia, portanto esse processo será capaz de determinar os resultados do tratamento.

Trabalho de mobilidade vs. Trabalho de estabilidade

Você já avaliou seu aluno, conheceu seus desequilíbrios e decidiu como realizar o tratamento. Nessa hora te pergunto: você começará com trabalho de mobilidade ou de estabilidade?

Antes de qualquer coisa saiba exatamente onde o corpo precisa de mobilidade e onde a estabilidade será mais importante. Não quero dizer que uma característica é mais importante que a outra. Se seu paciente tiver mobilidade, mas faltar com estabilidade ele estará muito propenso a lesões.

Vou dar um exemplo: na torácica precisamos ter mobilidade, caso essa mobilidade esteja comprometida, a estabilidade da lombar, que também é uma necessidade primária, ficará prejudicada, ou seja, a perda da mobilidade torácica vai afetar a estabilidade da região lombar.  Isso significa que o aluno terá mais dor, que é exatamente o que precisamos consertar numa fase inicial de tratamento.

Outra região que devemos trabalhar a mobilidade é o quadril, principalmente o músculo psoas. Provavelmente seus pacientes com esse problema apresentarão muita rigidez nessa musculatura e essa tensão pode aumentar ainda mais as compensações e dificultar o alívio da dor.

Outro detalhe importante para lembrar é: nunca trabalhe carga elevada nos seus alunos com disfunção. Não importa se eles são atletas buscando melhoria de desempenho, se existe uma patologia ou desequilíbrio, precisamos consertar esse problema primeiro.

Imagine que você recebeu um nadador no consultório que está tentando melhorar seu desempenho nos treinos. Esse paciente já passou por uma avaliação e você diagnosticou que ele sofre de lombalgia com desequilíbrios musculares em diversas partes do corpo.

Se começar a fazer exercícios com carga, o que acontecerá com os desequilíbrios encontrados? Ele continuará se movimentando de forma pouco eficiente, então mesmo que exista um alívio da dor, a patologia não deixou de existir.

Quem trabalha com pacientes mais avançados ou atleta pode encontrar muitas dificuldades para começar com trabalho de mobilidade. Alguns deles talvez considerem um passo atrás em seu treinamento e se recusem a fazê-lo.

Mas entenda, algumas vezes é preciso dar um passo para trás para conseguir dar vários passos para frente. Outra vez, se a confiança que seu paciente tem em você for grande, isso não será tão difícil.

Mas e se meu aluno se recusar a “voltar atrás” com exercícios de mobilidade? Você precisa convencê-lo mostrando na prática como essa falta de mobilidade está piorando seu desempenho no esporte ou durante a aula mesmo.

Esse trabalho inicial será responsável por livrar o corpo do aluno da rigidez, criando um movimento mais eficiente e fluido.

Exercícios para tratar Dor Lombar

Abaixo você pode conferir os 4 melhores exercícios para tratar dor lombar em seus alunos. Comece usá-los agora mesmo e obtenha resultados mais rápidos e satisfatórios. 

Conclusão

O trabalho com exercícios para tratar dor lombar nem sempre é fácil! Muitos alunos têm dificuldade para realizar extensão de coluna e alguns até acham difícil realizar exercícios para fortalecimento do Core

Tudo vai depender de uma avaliação completa e eficiente e da escolha dos exercícios. Você pode usar todos os exercícios que mostrei nesse artigo para tratar seu aluno, mas sempre considerando suas características individuais.

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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Síndrome confusional aguda ou delirium: sintomas, tipos e tratamento

Você conhece a síndrome confusional aguda, ou delirium? Trata-se de um transtorno neurocognitivo que afeta 1-2% da população geral (14% das pessoas com mais de 85 anos). A sua característica fundamental é uma alteração da consciência acompanhada da diminuição da capacidade de atenção e outras alterações cognitivas que afetam a memória, a linguagem, a percepção… É uma condição aguda, que costuma durar de horas a dias.

Como veremos, o delirium pode ser causado por múltiplas etiologias, embora todas tenham origem orgânica (tomar certos medicamentos, doenças, intoxicação ou abstinência de substâncias…).

É um quadro de identidade patogênica; ou seja, o quadro (sintomatologia) é semelhante, independentemente da sua causa.

Mulher idosa com mãos na cabeça

Síndrome confusional aguda ou delirium: origem do conceito

Antigamente já se reconhecia uma manifestação que se associava com o que hoje conhecemos como síndrome confusional aguda ou delirium. Especificamente, essa síndrome foi originalmente descrita por Hipócrates e o termo delirium apareceu pela primeira vez em documentos escritos por Celsus no primeiro século depois de Cristo.

Em 1813, Thomas Sutton descreveu uma síndrome clínica mais específica, o delirium tremens, relacionada ao consumo habitual de álcool. Posteriormente, Emil Kraepelin propôs a existência de síndromes mentais específicas para cada transtorno somático.

Um pouco mais tarde, em 1910, Bonhoeffer descreveu cinco grupos sindrômicos ou variedades clínicas que apareciam de forma aguda no curso de diferentes doenças. Esses agrupamentos eram: delirium, excitação epiléptica, estado crepuscular, alucinose e fraqueza mental.

O que é a síndrome confusional aguda?

O delirium tem uma prevalência de 1-2% na população geral, segundo o DSM-5 (2013), que aumenta com a idade e chega a 14% em indivíduos com mais de 85 anos. Além disso, afeta 10-30% dos pacientes hospitalizados, e o sexo masculino constitui um fator de risco em idosos.

O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) classifica a síndrome confusional aguda dentro da categoria de transtornos neurocognitivos (TNC). O delirium pode surgir como consequência de várias causas, e é por isso que o DSM-5 diferencia os seguintes tipos de delirium:

  • Delirium induzido por intoxicação por substâncias.
  • Induzido pela abstinência de substâncias.
  • Induzido por medicação.
  • Devido a outra condição médica.
  • Devido a múltiplas etiologias.

Além disso, o DSM-5 inclui as seguintes especificações em cada caso de delirium: quanto ao curso, pode ser agudo (dura horas ou dias) ou persistente (dura semanas ou meses). Em termos de nível de atividade, o delirium pode ser hiperativo, hipoativo ou misto. Essas especificações serão adicionadas ao diagnóstico do delirium pertinente.

O delirium está relacionado a quadros confusionais, pois o sintoma predominante é a alteração do nível de consciência. Também tem sido relacionado ao onirismo, uma vez que o paciente com delirium muitas vezes verbaliza conteúdos imaginários semelhantes aos dos sonhos, intercalando-os com momentos lúcidos. Outras de suas características centrais são um início súbito e um curso agudo.

Síndrome confusional aguda ou delirium: tipos (dependendo da causa)

Vejamos em que consiste cada um dos subtipos de delirium propostos no DSM-5, de acordo com a sua etiologia:

  1. Delirium induzido por intoxicação de substâncias: existem diferentes tipos de substâncias que podem causar delirium (devido à intoxicação). Estamos falando de álcool, alucinógenos, anfetaminas e substâncias afins, cannabis, cocaína, fenciclidina e substâncias de ação semelhante, inalantes, opioides, sedativos, hipnóticos e ansiolíticos, entre outras substâncias.
  2. Induzido pela abstinência de substâncias: neste caso, a causa não é a intoxicação, mas a abstinência de certas substâncias. Estes incluem: álcool (nestes casos, falamos de delirium tremens), sedativos, hipnóticos, ansiolíticos e outras substâncias.
  3. Induzido por medicamentos: a maioria dos medicamentos pode causar síndrome confusional aguda. Estes incluem: anestésicos, analgésicos, antiasmáticos, anticonvulsivantes, anti-histamínicos, medicamentos cardiovasculares e anti-hipertensivos, antimicrobianos, medicamentos para a doença de Parkinson, corticosteroides, medicamentos gastrointestinais, relaxantes musculares e medicamentos psicotrópicos com efeitos colaterais anticolinérgicos. Por outro lado, existem outros tipos de substâncias que podem causar delirium: as conhecidas como ‘tóxicos’. Neste grupo encontramos substâncias voláteis (como gasolina ou tinta), inseticidas, dióxido de carbono, etc.
  4. Delirium por outra condição médica: a realidade é que praticamente todas as doenças de medicina interna podem causar delirium.
  5. Delirium por múltiplas etiologias: finalmente, quando há mais de uma causa (ou etiologia) que explica esta condição, falamos de uma condição “devido a múltiplas etiologias”.

Critérios de diagnóstico e sintomas

Tanto o DSM-5 quanto a sua edição anterior (DSM-IV-TR) e a CID-10 (Classificação Internacional de Doenças, OMS), listam uma série de critérios diagnósticos para a síndrome confusional aguda. Os critérios são semelhantes nos vários manuais, embora permaneçamos com o mais atual (DSM-5).

O primeiro critério se refere a uma alteração da consciência com diminuição da capacidade de focar, manter ou direcionar a atenção (este seria o sintoma central). Além disso, a alteração ocorre em um curto espaço de tempo e tende a oscilar ao longo do dia.

Por outro lado, há uma mudança nas funções cognitivas (memória, orientação, linguagem, habilidades visuoespaciais e percepção). Outra característica essencial do delirium é o fato de ser sempre decorrente de causa orgânica e, além disso, os sintomas não podem ser melhor explicados por outro distúrbio neurocognitivo (também não ocorre em situações de redução acentuada da excitação).

Características de acordo com CID-10 (OMS)

Em consonância com o exposto, de acordo com a CID-10, a síndrome confusional ou delirium reúne as seguintes características:

  • Deterioração da consciência e da atenção.
  • Transtorno cognitivo global.
  • Distúrbios psicomotores (hipo ou hiper-reatividade, mudanças imprevistas de um estado para outro…).
  • Distúrbios do ciclo vigília-sono (insônia, sonolência diurna…).
  • Transtornos emocionais

Características genéricas

As características comuns da síndrome confusional aguda são as seguintes:

  • Identidade patogênica: isso significa que o quadro é muito semelhante, independentemente da etiologia subjacente.
  • Início súbito: começa rapidamente, em horas ou dias.
  • Impacto mais ou menos intenso do estado geral: é um transtorno global.
  • Duração relativamente curta (distúrbio agudo).
  • Possibilidade de recuperação total.
  • Alterações nos sintomas ao longo do dia (flutuações).
Homem sentindo confusão

Qual é o seu tratamento?

O tratamento da síndrome confusional aguda ou delirium consiste basicamente em solucionar a causa que originou o quadro. Assim, a intervenção nos ajudará a reverter o distúrbio rapidamente, evitando o agravamento da patologia.

Por outro lado, as complicações que causam o delirium podem ser prevenidas por meio de uma série de intervenções preventivas. Além disso, existem medidas gerais que permitirão uma melhor situação do paciente, que incluem: prevenir o aparecimento de delirium em pacientes com fatores de risco (evitar alterações no ambiente para idosos, por exemplo) e prevenir o aparecimento de complicações (acidentes, infecções, etc.).

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O amor no espectro autista: inicio e desenvolvimento do casal

O amor é um dos temas mais tratados pelo cinema, literatura, pintura, escultura… Para resumir, poderíamos dizer que tem um pequeno espaço em todas as formas de expressão que conhecemos. Porém, raras vezes as particularidades desse sentimento e das relações foram analisadas em grupos minoritários da sociedade. É por isso que, seguindo o caminho da série que estreou recentemente na Netflix, hoje falaremos sobre o amor no espectro autista.

Dentro da gaveta dos transtornos do espectro autista estão agrupados uma série de transtornos que se caracterizam por afetar a comunicação e o comportamento da pessoa.

Graças aos métodos de diagnóstico que temos hoje, esses tipos de distúrbios costumam ser detectados em uma idade muito precoce, o que faz com que a intervenção comece mais cedo e os resultados sejam melhores. Por outro lado, o fato de já manifestarem a sua presença na infância nos leva a considerá-los como transtornos do desenvolvimento.

Voltando para a ficção, talvez um dos personagens mais icônicos nesse espectro seja Sheldon Cooper. Em praticamente todos os episódios da série, testemunhamos as dificuldades que este personagem tem para socializar. Vemos como os seus amigos às vezes têm que fazer um esforço considerável para acomodar sua maneira particular de expressar o que pensa ou sente. Este pode ser um bom ponto de partida para tentar antecipar alguns dos detalhes que o amor no espectro autista irá revelar.

O primeiro encontro apaixonado no espectro autista

O primeiro mito que a série destrói, e para o qual dá uma ênfase especial, é que as pessoas com um transtorno do espectro autista querem ter relacionamentos. Elas podem desfrutar muito de atividades solitárias, mas isso não significa que não sintam o desejo de compartilhar e se apaixonar, ou seja, dividir a sua vida com alguém ou construir uma intimidade.

Esta é, talvez, a primeira barreira que eles têm que quebrar, que os demais sejam capazes de reconhecer essa aspiração. Em outras palavras, em sua maneira de entender a afetividade, o amor se encaixa. Assim, ao longo da série podemos conhecer a história de dois casais que já deram o passo de ir morar juntos. Um caminho que, como eles mesmos dizem, não foi nada fácil.

Porém, o que mais predomina na série é a expectativa de várias pessoas com TEA sobre a possibilidade de um primeiro encontro. Neles, podemos ver um nervosismo que conhecemos e inseguranças que também são familiares, já que não são muito diferentes das nossas. Também podemos ser espectadores de como se dá este encontro e das dificuldades que eles têm que enfrentar.

A comunicação

Em alguns momentos da série-documentário Amor no Espectro, podemos assistir a algumas sessões em que rapazes e garotas com esse transtorno se preparam para esses encontros.

O primeiro ponto a ser trabalhado é o cumprimento. Essa maneira de receber o outro que todos nós temos de alguma forma internalizada é explicitada. Levantar para receber o outro ou manter contato visual durante as primeiras trocas são pontos que também afetam o restante do encontro.

Outra habilidade que geralmente é trabalhada com eles é como manter a conversa viva. Para isso, eles são incentivados a criar uma pequena lista de temas e perguntas que gostariam de fazer um ao outro.

Amor no espectro

Posteriormente, lhes é proposto que passem para um nível superior, para que a conversa passe de interrogatório para uma conversa mais real em que haja menos possibilidades do outro se sentir intimidado. Dessa forma, é trabalhada uma variação de respostas a partir de uma única pergunta, ou a partir de perguntas derivadas de uma resposta não planejada.

Em todos os casos, os especialistas procuram fazer com que entendam o encontro e a conversa como flexíveis. Uma flexibilidade que eles também ensaiam para não serem muito diretos ou fazer perguntas pessoais que estejam em um nível de intimidade que ainda não alcançaram. Vemos que este é um ponto especialmente difícil para eles.

Conclusão sobre Amor no Espectro

Diante disso, os especialistas passam uma ideia que com certeza teriam transmitido a todos nós no nosso primeiro encontro: podemos aprender a manter conversas interessantes. Por isso é tão importante que as pessoas com transtornos do espectro autista interajam com pessoas que não compartilham dos seus interesses, desconhecidos com quem eles terão que encontrar pontos em comum.

A série em si vale a pena. O fato de já existir um projeto tão corajoso merece que lhe dediquemos alguns minutos. Além disso, como pontos fortes podemos destacar a sua sinceridade: ela nos mostra que é possível que essas pessoas tenham um relacionamento, mas que este também é um objetivo difícil de alcançar.

Na verdade, o que vemos é que a maioria dos encontros acaba não dando certo. Isso nos permite testemunhar o impacto emocional sofrido, mas também como eles se recuperam e acabam se dando novas oportunidades.

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Neuralink: o chip que vai conectar o cérebro a um computador

Se há alguém capaz de gerar admiração e polêmica ao mesmo tempo, é Elon Musk. Dizem que ele é o Rei Midas e até o novo Nikola Tesla (daí a marca dos seus carros elétricos). De qualquer forma, parece que ele está determinado a ser um promotor da tecnologia do futuro, e a prova disso é a sua última criação: uma interface cerebral que se conecta a um computador. Seu nome é Neuralink.

É muito provável que, ao ler as manchetes desta notícia, muitos já tenham pensado no que algo assim pode significar. Esse chip do tamanho de uma moeda pode armazenar facilmente grandes quantidades de informações, aprender novos idiomas como alguém que baixa um aplicativo no celular e, essencialmente, fazer um cérebro alcançar um maior potencial. Tudo aquilo que já lemos um dia em romances de Isaac Asimov, Arthur C. Clark ou Philip K. Dick.

A verdade é que o protótipo que acaba de ser apresentado tem aspirações bastante simples (pelo menos por enquanto). Até o momento, testes estão sendo feitos em modelos animais, e o chip implantado registra apenas a atividade cerebral de um grupo de porcos, entre eles Gertrude, uma jovem porca que não entende por que é motivo de notícia.

O objetivo (a curto prazo) é orientá-lo para fins médicos, como interromper ataques epilépticos e melhorar a qualidade de vida de pacientes com lesão da medula espinhal.

Elon Musk

Neuralink: tudo que você precisa saber

O objetivo final do Neuralink é atingir uma simbiose absoluta com a inteligência artificial. Esse é, pelo menos, o sonho para o qual Elon Musk criou em 2016 esta empresa de neurotecnologia especializada no desenvolvimento de interfaces cérebro-computador. Temos consciência de que algo assim gera uma sensação estranha entre inquietação, curiosidade, esperança e, por que não, medo.

O panorama que esta proposta traça, combinando a vida humana com as máquinas, anuncia uma mudança quase revolucionária nas nossas vidas. É pouco mais do que a fusão da tecnologia com o corpo e, especificamente, com o cérebro. Isso, por si só, abre um caleidoscópio de questões éticas e sociais sobre as quais devemos começar a refletir. Vamos saber mais sobre o assunto.

O que é Neuralink?

Neuralink é um tipo de tecnologia que está em desenvolvimento há quatro anos. Em 2019, um pequeno dispositivo implantado no cérebro de um camundongo já foi apresentado. Agora, no dia 28 de agosto, foi apresentada a segunda geração. É um dispositivo do tamanho de uma moeda implantado diretamente no crânio (neste caso, o de um porco).

  • O dispositivo ou interface tem cerca de 8 milímetros de diâmetro e contém uma pequena sonda.
  • Esta sonda, por sua vez, possui cerca de 3.000 eletrodos flexíveis e finos como cabelo humano, capazes de monitorar a atividade de 1.000 neurôniosO implante é feito sob anestesia local e o sujeito, no caso, Gertrude e dois outros porcos, levam uma vida normal sem perceber que estão portando esse dispositivo.
  • Essa tecnologia também possui uma conexão bluetooth para que possa ser conectada a um computador externo. O objetivo? Por enquanto, o que Elon Musk apresentou com o animal foi seu registro cerebral e como ele foi processado e coletado pelas máquinas.
  • O próximo passo é tornar a tecnologia Neuralink capaz de tratar condições neurológicas e da coluna vertebral, como paralisia, lesão cerebral ou depressão.

Elon Musk ressalta que todos esses problemas nada mais são do que distúrbios na rede de neurônios. Esse complexo emaranhado pode ser resolvido por uma ligação neural implantável conectada a um computador.

O objetivo do futuro: cognição super-humana

Uma das aspirações da tecnologia Neuralink é alcançar uma cognição sobre-humana. O que isso significa e que implicações isso tem? Elon Musk procura, acima de tudo, garantir que as máquinas estejam a nosso serviço, e não o contrário. O objetivo é colocar a inteligência artificial ao nosso alcance em todos os momentos para ter controle sobre ela.

No futuro, poderemos ter cérebros com maior potencial e, acima de tudo, saudáveis. Doenças como o Alzheimer, Parkinson ou qualquer outra condição neurodegenerativa deixariam de existir porque a memória e outras funções cognitivas seriam preservadas.

Ligar o cérebro aos computadores vai levar tempo

Há algo óbvio que devemos destacar. A verdade é que já existem aparelhos básicos que fazem uso dessa simbiose entre o cérebro e a máquina. Temos, por exemplo, máquinas que já registram a atividade cerebral, como os eletroencefalogramas (EEG). Da mesma forma, a empresa DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) também criou um microchip cirúrgico que permite que uma pessoa paralisada pilote aviões simulados.

O Neuralink significa dar um passo adiante e obter informações continuamente entre o computador e o cérebro. É ver como um tetraplégico pode voltar a andar, permitir que quem sofreu um trauma recupere as suas funções ou que quem sofre de depressão possa receber outros tipos de estímulos mentais para melhorar aos poucos o seu estado.

Algo assim vai levar tempo. Além disso, Elon Musk apontou que o Neuralink começaria a ser testado em humanos em 2020. No entanto, no momento isso não será possível porque a interface do implante ainda precisa ser aprimorada. O objetivo é otimizar ainda mais o robô que fará essas intervenções para fazê-lo de forma rápida, precisa e sob anestesia local. A intervenção duraria menos de uma hora e o dispositivo não seria visível. Ou seja, não notaríamos nada.

Ligar o cérebro a computadores vai levar tempo

Um propósito viável, mas com problemas éticos

“Isso definitivamente não é ficção científica”, disse um membro da equipe de Elon Musk que criou essa tecnologia. “Com o tempo, será real, prático e comercial, mas ainda há muito trabalho a ser feito”. Além disso, há outros fatores, que são os problemas éticos e sociais. O Neuralink terá acesso aos nossos pensamentos e poderá até mesmo armazená-los.

Isso nos permitiria, por exemplo, recuperá-los em caso de doença ou acidente. E se outra pessoa tivesse acesso ao nosso banco de memória armazenado em um computador? Além disso, o computador pode decidir, por exemplo, apagar um elemento traumático experimentado para melhorar o nosso equilíbrio psicológico. Isso seria legal juridicamente falando? E os hackers? Estaríamos seguros diante dos seus ataques?

Todas essas são perguntas que devemos nos fazer e enfrentar o mais rápido possível. Porque o futuro avança de forma imparável e teremos que estar preparados para mudanças notáveis. As empresas de Elon Musk já estão abrindo o caminho…

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quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Depressão por desemprego

A depressão por desemprego está cada vez mais presente na nossa sociedade. Apesar disso, apesar da sua incidência lenta, mas progressiva, continua sendo uma realidade não diagnosticada e não atendida. Ainda não estamos conscientes do grande impacto que a cronificação destes estados e o seu impacto causam na saúde física e mental.

Sabemos o que significa acordar todos os dias sem ter perspectivas sobre o que acontecerá hoje ou o que pode acontecer amanhã se não encontrarmos um trabalho. Além do mais, a própria procura por um emprego costuma ser exaustiva. O desespero se combina com a incerteza, com a necessidade de reunir criatividade com novos contatos e dizer a nós mesmos: “Confie, no final tudo vai dar certo”.

No entanto, às vezes os dias vão passando e a gente se acostuma com o “vamos te ligar”, ou simplesmente com o silêncio, a falta de resposta, a caixa de e-mail vazia e o telefone sem receber chamadas. Jovens em busca de trabalho e um número cada vez menor desejando novas oportunidades apesar da idade… O problema do desemprego é imenso, diversificado, e um terreno fértil para problemas de saúde mental.

A tristeza de perder o emprego

Depressão por desemprego: sintomas e enfrentamento

O trabalho que desempenhamos todos os dias e pelo qual somos pagos é um apoio psicológico. Não apenas nos permite sustentar a casa, comer, comprar alimentos, pagar contas. É uma forma de fortalecer a autoestima, de nos sentirmos competentes, úteis e satisfeitos com nós mesmos. Assim, a falta de trabalho gera, como podemos imaginar, o contrário.

Quando nos perguntam o que queremos ser quando crescermos, “estar desempregado” nunca passou pela nossa cabeça. Esse estado é uma ruptura com os sonhos que construímos, com os esforços que fazemos.

Um estudo realizado na Universidade de Leipzig, por exemplo, nos alerta para algo muito significativo. O desemprego é um fator claro na deterioração da saúde mental. O risco de depressão é muito alto.

Além disso, como diz Erik Erikson, especialista em psicologia do desenvolvimento, o fato de podermos construir uma personalidade saudável e um estado emocional equilibrado está intimamente relacionado ao aspecto do trabalho.

A depressão por desemprego tem sido estudada desde a Grande Depressão (Eisenberg e Lazarsfield 1938). Vejamos quais são os seus sintomas.

Como saber se sofro de depressão por desemprego?

Quando uma pessoa começa a apresentar sintomas de depressão por desemprego, ela nem sempre toma a iniciativa de procurar ajuda especializada. Ela vai ao médico por causa de seus problemas de sono, cansaço, dor de cabeça… Supomos que essas emoções que nos oprimem são normais. “Como posso não me sentir mal se não tenho um emprego?”

Vamos conhecer as principais características.

  • Sentimentos constantes de medo, frustração, angústia…
  • A principal diferença entre uma pessoa com depressão e outra sem ela é o senso de esperança e propósito. A primeira não está mais confiante de que a sua situação vai melhorar. Na verdade, ela acredita que as coisas vão piorar.
  • Além disso, aparece uma sensação de inutilidade, de não servir para nada. Esse fato tem um grande impacto no ambiente familiar.
  • Sensação de raiva e injustiça. Não devemos imaginar a pessoa com depressão por desemprego exclusivamente como alguém triste. O mais comum é ver alguém de mau humor, com pouca paciência e muito irritado.
  • Os hábitos alimentares e de sono mudam. A pessoa dorme muito mal e não consegue descansar. Ela perde a fome ou come compulsivamente.
  • Muitas vezes, pode levar a comportamentos de dependência (voltar a fumar, caso tenham parado, ao álcool, etc.).
  • Podem surgir ideias suicidas.
Sessão de terapia

Como lidar com essa situação?

É preciso deixar claro um pequeno aspecto: será muito difícil encontrar um emprego ou até mesmo ingressar nele se tivermos um transtorno de humor.

A depressão não tratada se intensifica, e podemos chegar a estados de risco real. Não podemos ignorar, por exemplo, a incidência de suicídios em pessoas que perderam os seus empregos. O que podemos fazer nesses casos?

  • A prioridade é ter ajuda especializada e, por sua vez, apoio social. Ter a ajuda da família, dos amigos e de alguém com quem conversar é essencial.
  • Às vezes, poder compartilhar experiências com alguém na mesma situação ou que já passou por isso poderá nos ajudar. O essencial é tirar da mente essa sensação de inutilidade, de fracasso.
  • Sonhos e propósitos. Essas duas dimensões são o combustível que deve abastecer a mente a cada dia. É imprescindível seguir traçando metas no horizonte. Graças a elas, encontraremos forças para nos levantarmos todos os dias.
  • Seguir uma rotina e os mesmos horários nos permitirá ter mais controle sobre o tempo.
  • Por sua vez, é muito importante ter momentos de lazer, descanso, algumas horas para praticar esportes.

Controlar os pensamentos, gerir bem as emoções e, sobretudo, ter um bom suporte familiar e de amizades, é a melhor forma de passar por essas situações.

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Muladhara Chakra – O Chakra Raíz

Se você pratica algum tipo de yoga ou meditação, muito provavelmente já tenha ouvido falar do sistema de chakra do corpo.

O primeiro chakra, o muladhara, também chamado de chakra raiz, é particularmente interessante.

Mas o que é o sistema de chakras? E o que ele tem a ver com a nossa saúde e bem-estar?

Conhecendo o Sistema de Chakra

Em resumo, a palavra chakra vem do sânscrito e quer dizer roda. O sistema chakra consiste em sete “rodas” de energia, que estão em um ciclo energético no corpo. Este ciclo energético principal vai da base da coluna vertebral até a parte superior da cabeça.

Cada chakra corresponde a diferentes aspectos físicos, mentais e espirituais de seu ser.

Iniciando no cóccix (base da coluna vertebral), eles são

  1. Chacra Raiz (Muladhara)
  2. Chakra Umbilical (Svadhisthana)
  3. Chakra do Plexo Solar (Manipura)
  4. Chakra Cardíaco (Anahata)
  5. Chakra da Garganta (Vishuddha)
  6. Chakra Frontal (Ajna)
  7. Chakra Coronário (Sahasrara)

Quando um chakra está bloqueado ou desequilibrado, mesmo que não tenhamos consciência disso, tal situação afeta nosso bem-estar geral. A boa notícia é que por meio de certas atividades e meditações, os chakras podem ser desbloqueados.

Neste artigo vamos examinar em detalhes onde tudo se inicia: o chakra raiz.

Muladhara – o Chakra Raíz

Muladhara é uma palavra com origem no sânscrito que traduzindo fica: mula (raiz) e Adhara (base ou fundação).

O chakra raiz é o primeiro de nossos centros energéticos a se desenvolver no útero, sendo a base de todo o nosso desenvolvimento. É frequentemente considerado o mais instintivo e influencia pouco o intelecto e está mais focado em nossa sobrevivência.

Este chakra é a fonte de nossa energia primária, de onde vem os nossos instintos de luta, fuga e medo.

O Muladhara Chakra, considerado o chakra mais animal, forma a barreira entre a consciência animal e humana.

Ela está mais intensamente ligada ao nosso inconsciente e é a base do nosso desenvolvimento de personalidade, além de responsável por nos conectar a experiências do passado.

O que Representa

Em um nível puramente físico, está conectado às glândulas supra-renais, ao intestino grosso, rins, ossos, músculos e ao sangue arterial que fornece oxigênio aos nossos tecidos.

Influencia em nossa motivação de comer, dormir e reproduzir. É o chacra da segurança, da estabilidade e de nossas necessidades básicas.

Logo, compreendemos que a terra, elemento associado com ao Muladhara, faz todo o sentido, pois é ela que nos fornece alimento, abrigo e energia.

A cor correspondente ao chakra raiz é o vermelho, simbolizando energia e movimento, bem como o despertar da consciência adormecida para a consciência ativa.

Suas principais qualidades são vitalidade, vigor e crescimento. Possui também os pontos negativos, que são, a preguiça, a lentidão e a orientação excessiva para os desejos físicos. Tias atributos são enaltecidos quando este chakra está desequilibrado ou bloqueado.

Quando Fora de Equilíbrio

Se o Muladhara está em perfeito equilíbrio, a energia flui livremente.  Experimentamos um sentimento de pertencimento e segurança em nossas ações e decisões. A concentração e a clareza são melhoradas e temos a oportunidade de estabelecer metas e prioridades.

Porém, se está em desequilíbrio, sentimos falta de energia e até mesmo ansiedade e medo.

Pode parecer como preocupação, frustração, ressentimento e até raiva. A concentração fica fora de controle e os pensamentos são dominados pelo pessimismo e negatividade.

Os sintomas de desequilíbrios físicos afetam a bexiga ou algum incomodo na parte inferior das costas, pernas ou pés.

Como Restaurar o Equilíbrio

Se um chakra fica desequilibrado, isso pode afetar os demais chakras. Por isso, é interessante iniciar o processo de equilíbrio sempre pelo chakra raiz.

A ioga e a meditação são bastante eficazes nessa tarefa.

Há posições específicas de yoga que visam restaurar o equilíbrio energético do chakra raiz. Deitar de costas e levar o joelho ao peito é um dos métodos mais eficazes. Ou sentado com uma perna esticada e deixando o corpo dobrar sobre esta perna esticada.

Essas poses devem ser praticadas de ambos os lados. Outras posturas são a posição de agachamento de ioga ou a posição de lótus.

O uso da Mula Bandha durante a prática do yoga também ajudará a restaurar a energia e a força deste chakra. De forma direta, trata-se ato de trabalhar conscientemente os músculos que servem para restringir o fluxo de urina e mantê-los ocupados.

A meditação também é útil. Cantar ou entoar sons enquanto medita pode criar vibrações no corpo que ajudam as células a trabalharem juntas de forma harmoniosa. O som do mantra correspondente ao chakra raiz é LAM.

Você pode usar também a energia de determinas pedras para reequilibrar os chakras, quando colocados na área correspondente a cada chakras. As pedras mais indicadas para este fim são vermelhas e incluem granada, jaspe vermelho e pedra de sangue.

Podemos experimentar vários benefícios quando temos todos os nossos chakras equilibrados, porém, estas práticas requerem dedicação, paciência e orientação correta.

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Benefícios psicológicos do jejum intermitente

Nossa era pode ser definida como “a era das dietas”. Dietas para desintoxicar o corpo, dietas cetogênicas para emagrecer, dietas para cuidar da microbiota intestinal, dietas ecologicamente corretas, dietas paleolíticas… e uma das mais famosas dos últimos tempos: o jejum intermitente, que tem tantos adeptos quanto detratores.

O que é o jejum intermitente? Como ele é praticado? Quais são os benefícios fisiológicos, psicológicos e cognitivos desse tipo de alimentação? Descubra todas as respostas a seguir.

O que é o jejum intermitente e como ele é praticado?

O jejum intermitente é um padrão alimentar que consiste em alternar períodos de alimentação com períodos de jejum de forma mais ou menos estruturada. O jejum intermitente envolve a abstenção total ou parcial de comer por um determinado período de tempo antes de voltar a comer regularmente. No entanto, o restante das refeições deve ser um pouco mais robusto para garantir o suprimento necessário de nutrientes.

Em períodos de jejum, você não deve comer. No entanto, existem certos alimentos que não quebram o jejum, como chá e infusões, café preto, kombucha e caldo de ossos ou de vegetais.

Existem diferentes maneiras de fazer o jejum intermitente. Todos nós fazemos períodos de jejum, já que jantamos um dia e tomamos café da manhã no dia seguinte, mas há períodos mais longos. Para iniciar períodos mais longos de jejum, é melhor começar gradualmente, permitindo que o corpo se acostume com os espaços de tempo sem comer. Vamos ver quais são os tipos de jejum mais frequentes.

Fazer jejum

Jejum de 12 horas (12/12)

Este tipo de jejum é o melhor para iniciantes, pois é muito fácil de seguir e não requer sacrifícios. Talvez seja o suficiente antecipar um pouco o jantar e tomar o café da manhã um pouco mais tarde do que o normal. Por exemplo, jantar às 8 da noite e tomar o café às 8 da manhã. Dessa forma, passaremos 12 horas em jejum, a maioria delas dormindo.

No entanto, se seus horários não permitirem, você também pode fazer com que o período do jejum inclua as horas do café da manhã até o almoço.

Jejum de 16 horas (8/16)

Também conhecida como a dieta Lean Gains. Consiste em reduzir o período de alimentação para 8 horas e prolongar o período de jejum para 16 horas. É o tipo de jejum mais estudado, mais praticado e o mais fácil de seguir dos chamados “períodos de jejuns longos”.

A forma mais comum de praticá-lo é adiantar um pouco a hora do jantar, por exemplo, às 8 da noite, e manter o jejum (sem tomar café da manhã) até a hora do almoço, neste caso, por volta do meio-dia. É por isso que é um dos mais confortáveis ​​de seguir. É muito utilizado por atletas, junto com o treinamento de força com pesos pesados, como o crossfit, como método para aumentar a massa muscular.

Jejum de 20 horas (20/4)

Esse tipo de jejum também é conhecido como “a dieta do guerreiro”. A melhor maneira de fazê-lo é deixar a janela de alimentação para as últimas horas do dia e fazer um jantar mais farto do que o normal para garantir o aporte necessário de nutrientes.

É baseado na crença de que os humanos são “comedores noturnos”, já que no período paleolítico, os homens passavam as horas do dia caçando e comiam à noite.

Esta é uma forma intermediária de jejum: é mais estrita do que o jejum de 16 horas, mas mais branda do que o de 24 e 48 horas. Estas duas últimas formas são muito mais duras e extremas, não devem ser realizadas continuamente ou sem supervisão médica e, é claro, devem ser alcançadas progressivamente, tendo o corpo habituado ao jejum.

Benefícios fisiológicos

O jejum intermitente parece estar mais próximo de uma forma natural de alimentação do que a maneira que seguimos no nosso dia a dia. Alimentamo-nos mecanicamente, geralmente seguindo determinados horários e, na hora de comer, comemos com ou sem fome.

O jejum tem grandes benefícios para o organismo:

  • Aumenta a autofagia e favorece os movimentos intestinais destinados à limpeza.
  • Reduz a inflamação e o estresse oxidativo.
  • Melhora a flexibilidade metabólica, acelera o metabolismo.
  • Melhora a sensibilidade à insulina.
  • Aumenta a produção do hormônio do crescimento.
  • Melhora o controle de peso.

Benefícios psicológicos do jejum intermitente

Derivados dos benefícios fisiológicos, o jejum intermitente também oferece benefícios cognitivos e psicológicos. Quais são esses benefícios?

  • Maior capacidade de concentração: do ponto de vista evolutivo, é possível pensar que, após a alimentação, certas funções cognitivas são prejudicadas. Isso é esperado, uma vez que após a alimentação o sistema nervoso simpático, que é necessário para iniciar as funções cognitivas, é desativado e o parassimpático é ativado. Além disso, estudos indicam que durante o jejum aumentam os níveis de neurotransmissores associados ao estado psicológico de concentração, como a noradrenalina e a orexina.
  • Pode aumentar a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de criar novas conexões. Entrar em cetose e alternar entre as diferentes formas de obter energia estimula a plasticidade cerebral.
  • Protege contra a depressão. Existe uma substância produzida pelo cérebro, o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro), que está quase ausente nas pessoas deprimidas. Aumentar a sua produção protege contra a depressão. Isso pode ser reforçado pelo jejum intermitente.
  • Protege contra os processos inflamatórios. Os processos inflamatórios podem interferir no funcionamento do sistema nervoso. Diante de um processo inflamatório, o organismo destina seus recursos para combater a inflamação e subtrai recursos das funções cognitivas. Portanto, se reduzirmos a inflamação do corpo fazendo períodos de jejum, incentivamos esses recursos a serem alocados para o que realmente é necessário.
  • Pode reduzir nossa obsessão por comida e nos ajudar a reconhecer e compreender os sinais de fome e saciedade, ajudando a evitar a fome emocional ou motivada pelo tédio.
  • Reduz a fadiga mental. A maneira como comemos, especialmente se alimentos ultraprocessados ​​estiverem incluídos na nossa dieta, produz picos de insulina, que são responsáveis ​​pela fadiga mental. Se, após o jejum, comermos alimentos naturais ou “bons processados”, esses picos são reduzidos.
Prato de regime

O jejum intermitente não é para todos

Apesar dos benefícios, tanto fisiológicos quanto psicológicos, o jejum intermitente não é para todos. As mulheres grávidas ou em período de amamentação, pessoas com diabetes tipo 1, pessoas com IMC muito baixo e/ou distúrbios alimentares, crianças, pessoas com insuficiência renal ou hepática não devem fazer jejum.

Além disso, o jejum intermitente pode gerar ansiedade, aumentar a obsessão por comida e até mesmo causar compulsão após períodos de jejum. Isso pode levar a transtornos alimentares, como transtorno da compulsão alimentar periódica e bulimia nervosa.

Portanto, se você possuir qualquer uma das condições acima, é melhor não fazer jejum intermitente. Mas se não, queremos convidá-lo a experimentá-lo para comprovar seus muitos benefícios. Lembre-se: você deve sempre consultar um profissional.

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Estratégias para controlar as compras compulsivas

Para algumas pessoas, controlar as compras compulsivas exige muito esforço. Aquelas com tendência a comprar muitas vezes têm dificuldade em controlar os impulsos diante de itens dos quais não precisam. Elas agem dessa forma porque o ato de consumir diminui os seus níveis de ansiedade – gerados por outras preocupações. Assim, as compras compulsivas se tornam uma forma de alívio com consequências desagradáveis.

Após o alívio produzido pelas compras, o indivíduo sofre um intenso desconforto, em grande parte sustentado pelo sentimento de culpa. É assim porque, após a euforia inicial, a ansiedade reaparece. Devido às suas consequências, tanto a nível pessoal quanto familiar, neste artigo pretendemos compartilhar algumas estratégias para controlar as compras compulsivas.

Mulher arrependida por compras

Características das compras compulsivas

As compras compulsivas costumam estar associadas a transtornos de controle de impulsos. Comumente, são conhecidas como oniomania e estão associadas a transtornos de humor, transtornos alimentares e de personalidade. As principais características das compras compulsivas seriam as seguintes:

  • Compra de itens supérfluos e desnecessários.
  • Preocupação e ansiedade excessiva em relação à posse do objeto.
  • Insônia causada pelo desejo de possuir o artigo.
  • Desejos incontroláveis de comprar.
  • Satisfação imediata após a compra e cessação dos sintomas desagradáveis.
  • Sentimentos de culpa e insatisfação após as compras.

A posse desses objetos gera uma satisfação imediata. No entanto, a pessoa pode se sentir envergonhada ou culpada por não conseguir controlar um impulso que a levou a adquirir um bem de que não precisava e que compromete o seu orçamento ou a imagem que tem de si mesma (dissonância quanto ao autoconceito).

Esse sentimento de estar fazendo algo errado leva os compradores compulsivos a ocultar o seu comportamento, tentando esconder as suas ações e suas consequências econômicas para a família. Ao mesmo tempo, esses sentimentos de vergonha podem se tornar um gatilho para novas compras, uma vez que a pessoa associa a satisfação imediata da compra com o alívio de sensações desagradáveis.

Emoções associadas às compras e consequências a longo prazo

O desconforto é o estado que predomina em indivíduos com oniomania nos momentos anteriores à compra. Um desconforto que promete encontrar alívio com o consumo. Isso se traduz na compra como a “poção mágica” diante do mal-estar.

Essa “poção mágica” tem consequências: por um lado, a compra produz sentimentos de culpa duradouros. Surge um novo mal-estar que ativará o impulso para uma nova compra. Este é um círculo vicioso que encontramos em qualquer vício e que se torna ainda mais perverso com o aumento da tolerância (é cada vez mais necessário consumir mais para obter a mesma sensação de alívio). Por outro lado, as dificuldades financeiras podem se tornar evidentes, chegando até mesmo a pedir empréstimos ou vender objetos pessoais para obter dinheiro suficiente para realizar a compra.

Estratégias para controlar as compras compulsivas

Acima de tudo, é necessário iniciar uma terapia psicológica para controlar as compras compulsivas e estar atento aos períodos em que o risco de compra pode aumentar. É o caso das situações em que o indivíduo passa mais tempo em casa com acesso à Internet e portais de compras virtuais. O controle da compra compulsiva online costuma ser mais difícil devido à maior disponibilidade da oferta de artigos.

Da mesma forma, a família deve conhecer os principais sintomas desse transtorno para participar do processo. Caso contrário, pode haver o risco de que a própria família esteja gerando emoções e sensações desagradáveis ​​ao invalidar e culpar o indivíduo pelos problemas financeiros. Isso pode se tornar mais um item que desencadeia uma nova compra para eliminar o desconforto.

Aqui estão algumas diretrizes para controlar as compras compulsivas:

Evite os cartões de crédito

Pagar em dinheiro nos dá uma consciência maior do que estamos gastando. “Dói mais” pagar com notas do que com o cartão. Uma solução intermediária pode ser usar os cartões de débito. Com eles, só poderemos gastar o que planejamos e teremos a vantagem de não carregar dinheiro físico.

Estipule um valor máximo de compras por mês ou por semana

Ou seja, estipule um valor máximo que poderá gastar para a aquisição de itens opcionais. Evite reforçar as conquistas que alcançou neste sentido aumentando este valor. É muito positivo que nos recompensemos quando conseguimos cumprir o planejado; entretanto, não é aconselhável fazê-lo com algo que reforce o consumo. Nesse sentido, podemos compartilhar o nosso problema com alguém e desfrutar do reconhecimento que essa pessoa nos dá quando lhe comunicamos o nosso progresso.

Ir ao shopping center de transporte público

Isso vai nos levar a pensar mais na hora de nos locomovermos. Se quisermos comprar, teremos que investir mais tempo e o processo ficará mais desconfortável. Em muitos casos, o fato de ter que enfrentar filas e aglomerações já será uma circunstância com um forte poder dissuasivo.

Fazer um controle das despesas

O controle das despesas no final da semana (ou no final do mês) favorece a percepção do dinheiro gasto em itens que não são necessários. Assim, também é possível observar o tipo de artigos frequentes que costumamos comprar após sentirmos um determinado desconforto.

Mulher monitorando gastos

Sair com dinheiro suficiente apenas para comprar o que precisamos

Refere-se a sair apenas com o dinheiro que nos permita fazer as compras básicas planejadas. Dessa forma, não seremos capazes de adquirir mais nada. Além disso, uma reflexão preliminar sobre o que é básico nem sempre ajuda. Pense que, naquele estado de desconforto que motiva a compra, tudo parece essencial.

Controlar as compras compulsivas, como mencionado anteriormente, não é uma tarefa fácil. Porém, se o problema não for resolvido, pode controlar a vida do indivíduo afetando a sua qualidade de vida e a da sua família. A terapia psicológica é uma ajuda que funciona quando queremos sair desse círculo vicioso.

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