Ele estudou filosofia e medicina. Era um homem introspectivo, muito dedicado à meditação e ao estudo. Um dos seus propósitos era separar a psicologia da filosofia e lhe dar espaço, transformá-la em ciência e mostrar que era um ramo de conhecimento próprio. O pai da psicologia nasceu na Alemanha em 1832 e se chamava Wilhelm Wundt.
É curioso como o nome deste notável cientista e pedra angular no campo da psicologia passa despercebido pelo grande público. Se perguntássemos a alguém neste momento quem é a figura mais decisiva nesta ciência, sem dúvida surgiriam nomes como Sigmund Freud, Carl Jung, William James ou Albert Ellis. No entanto, Wundt investigou como ninguém conceitos que mais tarde seriam fundamentais para a compreensão dessa área do saber e do comportamento humano.
Além disso, se havia algo que diferenciava Wilhelm Wundt, era a sua determinação. Ele queria entender o que aquilo que chamamos de “consciência” realmente era, e também ansiava por entender o que as leis da mente significavam para ele. Para tanto, fez o que outros ainda não haviam pensado: criar o primeiro laboratório voltado exclusivamente para a psicologia.
Quem é o pai da psicologia?
Se nos perguntarmos quem é o pai da psicologia, devemos voltar no tempo. Nos situaremos na Alemanha de 1857, justamente quando Wilhelm Wundt se formou em medicina pela Universidade de Heidelberg com o título de cum laude, sendo o melhor de sua classe. Algum tempo depois, iniciou as suas práticas com Hermann von Helmholtz, conhecido por suas grandes contribuições para o campo da fisiologia.
No entanto, as relações entre Helmholtz e Wilhelm Wundt não eram particularmente boas. Tanto é que ele acabou indo para a Universidade de Leipzig estudar filosofia, e assumiu a pasta de psicologia desta faculdade. Agora, para entender a importância de Wundt, devemos primeiro destacar um aspecto importante. Até então, a psicologia era considerada parte da filosofia.
Naqueles anos, as ideias clássicas herdadas de Platão e Aristóteles ainda estavam enraizadas na comunidade científica. Eram aquelas em que, ao definir o que era a mente, continuavam a aparecer terminologias como “alma” ou “espírito”. Posteriormente chegaria Descartes, que, desligando-se desses conceitos, separou o “eu pensante” – res cogitans – da matéria ou do corpo.
Aos poucos, a compreensão dos aspectos psicológicos foi se tornando independente da tradição filosófica, embora esse grande passo, o mais decisivo, tenha sido dado por Wilhelm Wundt.
O que impulsiona a vontade humana?
Se nos perguntarmos quem é o pai da psicologia, diremos que ele foi alguém capaz de se fazer perguntas e buscar as respostas por si mesmo. Algo que aparentemente nos parece fácil, de modo algum o era naquela época em que tudo o que se relacionava com a psicologia estava suspenso para o mundo das ideias, da abstração e da reflexão.
Wilhelm Wundt queria evidências baseadas na experimentação; ele queria dados, evidências factíveis e verificáveis com as quais pudesse apresentar teorias. Assim, uma das questões que mais o orientaram ao longo da sua vida acadêmica e profissional foi entender o que rege a vontade humana. Ele chamou essa área psicológica de vontade, escolha e propósito.
Por que fazemos o que fazemos? O que nos impulsiona a escolher certas coisas? Por que cada um de nós tem motivações específicas? Wundt foi um forte defensor da perspectiva científica; portanto, todos esses processos que definiram a psicologia poderiam ser estudados e investigados em laboratório.
O instituto de psicologia experimental da universidade de Leipzig
Wilhelm Wundt abriu o primeiro instituto de psicologia experimental em 1879. Ele o montou na Universidade de Leipzig. Este fato, por si só, é considerado o início da psicologia moderna. Todas as investigações e técnicas aprendidas em seus anos no departamento de fisiologia com Hermann von Helmholtz foram de grande utilidade para ele.
Esse laboratório começou a despertar o interesse de outros médicos e também de alunos de universidades alemãs, a tal ponto que muitos passaram a fazer parte de seus famosos experimentos. Eles foram submetidos a vários estímulos e, então, tiveram que explicar quais sentimentos e pensamentos tiveram. Todos esses dados foram medidos de forma objetiva e rigorosa.
Essas análises, tão precisas quanto as de um químico, proporcionaram dados valiosos para entender um pouco melhor os processos mentais, de consciência, de vontade, etc.
Wilhelm Wundt é o pai da psicologia
Um dos seus livros mais importantes foi Fundamentos da psicologia fisiológica e psicologia dos povos. No entanto, seu legado mais interessante está nos relatórios dos seus mais de 100 experimentos, publicados sob o nome de Philosophische Studien. Foram 21 anos da sua vida em que ele se aprofundou e lançou as bases da psicologia.
O que ele também fez foi treinar os psicólogos das novas gerações, figuras que mais tarde trariam o behaviorismo, como Watson, Pavlov e Skinner. Todos eles continuariam com as pesquisas experimentais e com aquela abordagem claramente objetiva.
Para concluir, lembremos seu nome e lembremos a figura de Wilhelm Wundt como a daquele homem curioso que se esforçou para transformar a psicologia em ciência.
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