sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Os prós e contras de ser um pai permissivo

Ser um pai permissivo não precisa ser algo negativo, embora esses não sejam em si os melhores fundamentos que poderíamos escolher, especialmente se essa tendência for muito forte e não for compensada por outras circunstâncias ou fenômenos, como a capacidade de influenciar a criança ou a fluidez na comunicação.

Independentemente de uma orientação ou outra, de acordo com especialistas como o Dr. Jeff Nalin, fundador do Paradigm Treatment Centers, as crianças precisam saber quem é a figura de autoridade: elas precisam dessa referência para saber o que podem e o que não podem fazer.

Alguns pais excessivamente permissivos podem optar pelo silêncio, não colocam certos limites, por medo da reação do filho diante da frustração que um “não” pode gerar diante de seus caprichos ou desejos. Assim, quando esse contexto ocorre, o peso que outras pessoas, que não sejam os pais, podem ter ao estabelecer limites ganha espaço, torna-se mais importante.

Perigos de ser um pai permissivo

O pai permissivo

Como é um pai permissivo? Sem dúvida, é facilmente identificável. Geralmente é uma pessoa amável, atenciosa com os filhos, bastante afetuosa e que, pela sua incapacidade de estabelecer limites, forma famílias sem estruturas sólidas nas quais o caos e a improvisação tendem a prevalecer. Em resumo, tenta ser o menos diretivo possível, deixando um lugar importante para os desejos da criança.

Em muitos casos, a falta de regras faz com que a criança não perceba que elas existem. Dessa forma, a criança vê o pai como um amigo, não uma autoridade. O preocupante é que os próprios pais tendem a preferir essa situação, priorizando a ausência de conflitos em relação à incerteza ou confusão que muitos limites podem causar.

Os benefícios que os pais permissivos fornecem para a educação dos filhos

Por outro lado, um estilo de criação permissivo tem seus pontos fortes – especialmente para aquelas crianças que desenvolvem um forte senso de responsabilidade desde o início – de acordo com o Dr. Nalin. Por exemplo, a liberdade que a criança tem para explorar pode fazer com que ela enfrente desafios mais cedo, que a realidade atue como um motor de crescimento.

Em geral, muitos filhos que crescem com esse estilo de educação acabam gerando seus próprios pilares de segurança: adotam um esquema de adulto no sentido de começar a se perguntar diante do mundo e da sociedade o que pode e o que não pode ser feito. Assim, às vezes os medos artificiais não existem para eles, da mesma forma que muitos serão menos permissivos ao permitir que alguém ataque seus direitos.

Além disso, são crianças bastante criativas, já que estabelecem menos limites e passam muito tempo fazendo o que gostam, o que as encanta. Assim, podem apresentar uma certa predisposição para aprender algo novo, perdem o medo do castigo e, portanto, também do fracasso. Se não funciona da primeira vez, tentam novamente.

Menino brincando

Os perigos ou fraquezas da paternidade permissiva

Do lado negativo, também encontramos elementos a serem considerados. Por exemplo, a falta de respeito pelas normas sociais em que se baseia a convivência – aquelas que não são estritamente necessárias, mas que tornam a vida em sociedade mais agradável. Se a criança não as internaliza, sua integração social pode ser muito prejudicada.

Também foi demonstrada a propensão a sofrer de ansiedade precoce em crianças com pais permissivos. Isso ocorre porque elas acham difícil trabalhar sob a pressão que os padrões externos podem impor. Cumprir um cronograma, acatar as ordens de um superior ou lidar com os conflitos que se desenham no horizonte com aqueles com quem não concordam.

Em suma, diferentes variáveis ​​influenciam a formação de uma criança. Uma das que têm um efeito mais poderoso é o estilo parental predominante. Uma forma de educar que, em muitos casos, é virtuosa ou errônea em função de outros fatores, como as inclinações da criança.

Assim, uma criança com tendência à responsabilidade e que goza de independência crescerá quando seu ambiente não impor normas ou regras ainda mais rígidas do que aquelas que ela própria impõe. No entanto, isso pode ser contraproducente para uma criança muito impulsiva e com tendência ao caos.

“Sua atitude é desafiadora e um pouco rebelde; é difícil para eles entenderem que nem sempre podem se comportar dessa maneira”.
-Jeff Nalin-

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