O mito de Himeneu está intimamente relacionado ao casamento. Não está claro se a palavra “hímen”, que corresponde à membrana presente no orifício vaginal de mulheres virgens, vem do nome desse deus ou se o nome do deus foi criado a partir dessa palavra. Muito provavelmente, o correto seja a segunda opção.
Como costuma acontecer na mitologia grega, existem várias versões do mito de Himeneu. Um deles lembra que esse deus menor era filho de Dionísio, deus do vinho e da fertilidade, e de Afrodite, deusa do sexo e da beleza. Outra versão afirma que ele era filho de Apolo, deus da beleza e da música, e de uma das musas, provavelmente Calíope, musa da poesia épica e da eloquência.
Existe uma terceira versão sobre a origem do mito de Himeneu. Nesta, o nosso personagem não é um deus, pelo menos em princípio, mas um mortal, filho de Magnes. Em todas as três versões, diz-se que ele era um jovem de extraordinária beleza. No entanto, nesta em particular, ele era tão bonito que Apolo se apaixonou por ele e nunca mais saiu da casa onde o rapaz morava.
“O casamento é a principal causa do divórcio”.
– Groucho Marx –
O mito de Himeneu
A lenda central do mito de Himeneu parte da ideia de que ele era um mortal. Na verdade, ele era um jovem de beleza extraordinária, mas nasceu em uma família sem posses. Teve a infelicidade de se apaixonar pela filha de um dos homens mais ricos de Atenas, e isso significava um amor impossível, pois a sua origem humilde excluía qualquer possibilidade de casamento com a moça.
O seu amor o levou a seguir a garota por toda parte, sem que ela percebesse. Onde quer que ela fosse, lá estava ele, admirando-a. Como estava sempre por perto, também podia ouvir as suas conversas. Assim, ele soube que ela, juntamente com outras mulheres, faria uma procissão a Elêusis para oferecer um sacrifício a Deméter, a deusa grega da agricultura.
O mito de Himeneu conta que o jovem viu ali uma oportunidade de se aproximar da jovem. Decidiu, então, disfarçar-se de mulher e se juntar à procissão, já que a presença de homens não era aceita. A beleza de Himeneu era tanta que ele foi facilmente confundido com outra mulher e embarcou sem problemas.
Uma oportunidade que ele aproveitou
O navio partiu com a procissão, mas logo depois foi interceptado por alguns piratas. Eles se apoderaram da embarcação e das mulheres; além disso, conduziram o navio para um local deserto na costa. Quando chegaram, estavam cansados e decidiram dormir. Himeneu estava atento e viu isso como uma oportunidade.
O jovem contou a sua verdadeira identidade para as moças que o acompanhavam e as organizou. Juntos, eles atacaram os piratas, conseguiram imobilizá-los e mataram todos. A essa altura, a mulher que ele amava também se apaixonou por ele.
Himeneu dirigiu o barco e deixou as mulheres em um lugar seguro. Então, ele foi a Atenas e contou o que havia acontecido. Ele anunciou que só devolveria todas as mulheres se, em troca, lhe concedessem em casamento a mulher que ele amava. Os atenienses aceitaram de bom grado o seu pedido e, assim como haviam combinado, começaram os preparativos para o casamento.
Um mito que se tornou uma tradição
O mito de Himeneu conta que o casamento foi preparado com o maior cuidado. Ele e a mulher estavam profundamente apaixonados àquela altura e todos os atenienses celebravam. No dia do casamento, após o término da cerimônia, Himeneu caiu repentinamente no chão. Havia morrido.
Imediatamente, tanto o homem morto quanto a mulher começaram a emitir lamentos sinceros. Ambos negavam a sua sorte e pediam aos deuses para não tirar a sua felicidade. Um dos convidados do casamento era Asclépio, deus da medicina e da cura. Comovido com o choro do casal, ele decidiu intervir e conseguiu ressuscitar Himeneu.
Desde então, ele tem a tarefa de assistir a todos os casamentos. Deixar de fazer isso era considerado um presságio de má sorte para o casal. É por isso que os gregos, sempre que celebravam um casamento, gritavam “Himeneu! Himeneu!” Era uma forma de fazê-lo presente e, assim, abençoar os noivos.
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