quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Ser pai provoca uma mudança hormonal

Ser pai é uma experiência muito intensa para alguns homens, a ponto de se aproximar muito do que uma mulher vivencia ao ser mãe. Isso foi confirmado por diversos estudos realizados com pais que apresentaram alterações fisiológicas semelhantes às que ocorrem nas mulheres.

Esses estudos mostram que, biologicamente, os homens vêm ao mundo dotados de ferramentas para serem pais e desfrutarem dessa experiência. Podemos pensar que alguns não são dados a se envolver profundamente nesta situação maravilhosa devido à influência de fatores culturais.

Assim como ser mãe tem significados diferentes para uma mulher, os homens também têm muitas maneiras diferentes de lidar com a experiência de ser pai. A verdade é que a natureza preparou o terreno para que, em ambos os casos, a chegada de um filho seja algo gratificante e cheio de significado.

“Eu acho que se tornar pai muda inevitavelmente a sua perspectiva de vida. Eu não durmo o suficiente, e as coisas mais simples da vida são completamente satisfatórias”.
– Hugh Jackman –

Pai segurando filho recém-nascido

Ser pai provoca uma mudança hormonal

Uma pesquisa realizada pela Emory University e publicada na revista Hormones and Behavior investigou a relação entre a experiência de ser pai e as mudanças hormonais. Para isso, foi recrutado um grupo de voluntários com algo em comum: todos tinham filhos saudáveis com idades entre 1 e 2 anos.

Todos os participantes foram monitorados por meio de ressonância magnética funcional do cérebro. A cada um dos voluntários era mostrada uma fotografia de seu filho, juntamente com outra de uma criança e um adulto desconhecidos.

O experimento verificou que havia uma maior atividade neuronal nos sistemas cerebrais associados à recompensa e empatia quando esses pais viam as fotos de seus filhos. Isso se deve a um aumento na produção de oxitocina, o famoso “hormônio do amor”. Estudos anteriores mostraram que o mesmo acontece com as mães.

Esses dados corroboram as conclusões de outra pesquisa realizada em 2014 e publicada no PNAS. Ela ressaltava que os pais que se tornam os principais cuidadores de um bebê apresentam uma atividade cerebral muito semelhante à das mulheres que são mães.

Depressão pós-parto

A depressão pós-parto é um estado de tristeza, vazio e apatia que muitas mulheres experimentam após o nascimento de seus filhos. Estima-se que afete até 30% das mães e, em algumas delas, é tão notável que muitas vezes é confundida com uma psicose.

No entanto, um estudo publicado na revista Pediatrics liderado pelo Dr. Craig Garfield mostra outra situação. A pesquisa descobriu que um número significativo de pais também apresentava sinais de depressão pós-parto. Concluiu-se que esses traços eram mais visíveis nos pais que não moravam com os filhos do que naqueles que viviam próximos aos pequenos.

De acordo com a pesquisa, esses sintomas estão presentes em até 10% dos homens que têm filhos pela primeira vez. Além disso, foi estabelecido que, ao contrário das mães, nos pais, o equivalente à depressão pós-parto surge entre o terceiro e o sexto mês de vida do bebê.

Para a psicóloga canadense Francine de Montigny, que também pesquisou o assunto, um em cada dez pais sofre de depressão pós-parto. Na sua opinião, o que desencadeia esse quadro é o medo do fracasso como pai e a competição pela atenção e carinho da mãe.

Pai com bebê chorando no berço

A paternidade no mundo de hoje

A paternidade tem sido frequentemente desvalorizada, especialmente nas sociedades estritamente patriarcais. Existe a ideia de que ser pai é uma experiência mais associada ao afeto do que à responsabilidade. Nos últimos anos, muitos pais estiveram profundamente envolvidos na criação de seus filhos e provaram que é possível alcançar um equilíbrio nesse aspecto e sair da tradicional divisão de tarefas.

Os estudos citados neste artigo corroboram isso. Na verdade, eles provam que a experiência de ser pai causa mudanças hormonais positivas. O aumento da produção de oxitocina, observado no primeiro experimento citado, supõe a presença de um estado de espírito próximo ao que chamamos de felicidade.

No segundo estudo, que é sobre a depressão pós-parto, os fatores que influenciam não são tanto fisiológicos, mas psicológicos. A verdade é que eles estão aí e são tradicionalmente esquecidos. Ser pai é uma experiência maravilhosa que, se assumida totalmente, aumenta o bem-estar. Porém, percebe-se que os homens também precisam de apoio e compreensão para enfrentar essa bela experiência.

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Os Benefícios da Ioga Na Cadeira

Se até hoje você evitou a ioga porque se sente intimidado pelas posturas complexas que costumamos ver na internet, você pode se surpreender ao descobrir todos os benefícios de praticar yoga em uma cadeira.

A ioga, ao longo do tempo, tem mostrado melhorar a saúde em geral. Não é à toa que pode beneficiar a todos, especialmente aqueles com problemas de mobilidade e idosos. Se você procura uma prática para melhorar o seu sono, recomendo o yoga nidra.

E este é foco principal deste artigo, então, se você gostar, pode compartilhar com aquela pessoa que você sabe que vai gostar de ler isto.

1 – Mais Força

À medida que você ganha força, você será capaz de aproveitar melhor seu tempo livre e suas atividades diárias por muitos anos sozinho. Diga-se de passagem, muita gente não gosta muito de ficar dependendo da vontade alheia.

2 -Mais Flexibilidade

Yoga na cadeira pode ajudar pessoas com problemas de mobilidade a fazer coisas que antes não eram capazes de fazer, como esticar para amarrar cadarços ou levantar objetos.

3 – Propriocepção Melhorada

Propriocepção é a capacidade de saber onde seu corpo está no espaço e de coordenar com precisão seus movimentos. Isto é especialmente importante para evitar quedas, seja durante a prática de ioga ou a qualquer hora, em qualquer lugar.

4 – Diminui o Estresse e Melhora Clareza Mental

A yoga na cadeira pode reduzir os efeitos de doenças bem como dores crônicas. É capaz também de ajudá-lo a lidar com a sensação de isolamento.

Quando você está mais calmo e relaxado levará inevitavelmente a uma maior sensação de felicidade e bem-estar, o que pode beneficiar a todos!

Os Benefícios da Ioga Na Cadeira

5 – Oportunidades Para Conhecer Pessoas

Participar de aulas de yoga na cadeira também lhe dá a oportunidade de fazer novos amigos. Funciona também como uma terapia, você experimenta vários benefícios quando a toma a decisão de praticar essa vertente da ioga.

6 – Lida Melhor Com o Estresse e a Dor

A prática de yoga na cadeira (e ioga em geral) envolve trabalho respiratório que pode ajudar as pessoas não só a lidar com o estresse, mas também a lidar e superar a dor. Isso porque você consegue estabelecer uma conexão profunda com o seu Eu Interior, o que gera um autoconhecimento de si mesmo.

7 – Uma Introdução Inofensiva ao Yoga

Se você se considera muito ativo, mas é novo no yoga, então o yoga na cadeira é para você.

Você não precisa se preocupar com a forma como irá andar no chão. E você aprenderá a “linguagem” da ioga, que o ajudará a se sentir confortável quando decidir mudar para uma prática de ioga mais tradicional.

Os comentários mais comuns que vemos das pessoas que praticam essa modalidade de yoga, é que eles dormem melhor, dirigem melhor… …e sentem que estão fazendo algo realmente bom para si mesmos.

Eles apenas se sentem mais saudáveis, o que podemos atribui ao aumento da circulação e estimulação linfática. E eles descobrem que podem relaxar mais do que jamais pensaram ser possível em toda a sua vida.

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Diástase abdominal: importante reabilitar ou será apenas uma questão estética?

*Este conteúdo é científico e pode ser utilizado para pesquisas*

A diástase abdominal é um alargamento do espaço entre os músculos retos abdominais na região da linha alba. 

Geralmente, ocorre durante a gravidez sendo, efetivamente, visível no pós-parto. Segundo dados estatísticos, 60 a 100% surge no final do terceiro trimestre de gravidez, 53% surge nas primeiras 24 horas após o parto e 36% foi verificada nos primeiros 12 meses após ser mãe.

No entanto, a diástase abdominal é uma condição não só observada em condições obstétricas mas, também, em condições uroginecológicas, menopausa e envelhecimento e em casos de aneurisma da aorta abdominal.

A distância entre os retos abdominais superior à 2,2 e 2,3 cm identificada por ultrassom é clinicamente significativa. Este alargamento é documentado como associado à instabilidade lombo-pélvica, dor lombar e incontinência.

Mas afinal, é importante reabilitar a  diástase abdominal ou trata-se apenas de uma questão estética? Ficou curioso? Então continue lendo esta matéria para saber mais!

Como acontece a diástase abdominal?

Desmistificando a diástase abdominal, esta é compatível com um estiramento da linha alba. A linha alba é o ponto de inserção central do tecido conectivo fascial dos retos, oblíquos e transverso abdominal.

A linha alba é uma estrutura de fibras de colágeno desde o apêndice xifóide até à sínfise púbica. No entanto, a maior percentagem de diástases ocorre na região supra e infra umbilical.

Na gravidez, o estiramento da linha alba ocorre como consequência das alterações hormonais sobre o tecido conectivo elástico, as forças mecânicas exercidas na cavidade abdominal pelo crescimento do feto, aumento de peso e as alterações da posição dos órgãos abdominais.

Este estresse altera o comprimento e distensão dos músculos abdominais e fáscia modificando e reduzindo a sua linha de ação óptima para gerar força. Ou seja, gera-se um desequilíbrio muscular pela alteração da capacidade de gerar força e ser flexível.

A manutenção da tensão da linha alba é necessária para garantir a proximidade dos retos e o torque no transverso, retos e músculos oblíquos.

Um desequilíbrio entre a força e a flexibilidade dos músculos da parede abdominal e consequente alteração da tensão fascial estão relacionados com padrões de movimento alterados resultando em dor e disfunção.

Por que realizar o tratamento da diástase abdominal?

Para avaliação de uma diástase abdominal é fundamental a história pessoal. São considerados fatores de risco a multiparidade, a idade materna, os cuidados ao bebé, o levantamento de pesos e o IMC.

 As alterações hormonais comuns na gravidez e a idade influenciam o tecido conectivo possibilitando o estiramento e reduzindo a resistência, tornando-o mais susceptível às alterações de colágeno, disfunção e fraqueza miofascial.

Segundo a evidência científica, diástase abdominal, dor musculoesquelética e disfunções podem coexistir mas podem, também, não se influenciar umas às outras. 

A diástase parece ter um impacto negativo na saúde influenciando a qualidade de vida dado uma força muscular alterada do core e uma dor lombar severa.

Neste sentido, procurar avaliação e tratamento contribuirá para minimizar estes detalhes. Não é apenas uma questão estética mas, sim, uma questão de saúde e qualidade de vida.

O músculo transverso abdominal é responsável pela estabilidade lombo-pélvica e intra-pélvica e trabalha sinergicamente com os músculos do pavimento pélvico para dar suporte aos órgãos pélvicos. 

Uma alteração na sua tensão concomitante com as alterações patofisiológicas pode colocar todas estas funções em perigo, já que a estabilidade alterada promova alterações na contenção dos órgãos pélvicos.

É comum na presença de diástase abdominal se detectar mais facilmente disbiose intestinal. Um crescimento anormal de bactérias patogênicas no intestino delgado interfere com a digestão e absorção do alimento ingerido. 

Esta má absorção produz fermentação e gás, tal como, o hidrogénio. Essa fermentação irá distender o intestino que, não sendo contido pela musculatura responsável pela estabilidade lombo-pélvica, irá tornar a barriga mais proeminente e será um fator que interfira na recuperação da diástase.

É importante reforçar que um corpo com um intestino em disbiose terá, também, mais dificuldade na construção de massa muscular influenciando o torque do transverso, retos abdominais e oblíquos.

Desta forma, é necessário avaliar e tratar parâmetros nutricionais, diafragma respiratório e pélvico e conferir novamente estabilidade muscular ao core e ao cilindro pélvico. 

Como realizar o tratamento da diástase abdominal?

Avaliar o estilo de vida alimentar e comportamental do paciente deve ser o primeiro passo ao realizar o tratamento da diástase abdominal. 

A ingestão de alimentos processados e cozinhados a altas temperaturas, o consumo de alimentos com alta carga glicêmica, o consumo recorrente de trigo, a fermentação intestinal com possível intestino permeável, as variações de humor e o sono inadequado são fatores a avaliar e modificar no tratamento de uma diástase. 

Afinal, esses hábitos impactam negativamente na microbiota promovendo a dominância de proteobactérias ligadas à inflamação, acúmulo de tecido adiposo e menos construção muscular. Portanto, a modulação intestinal também faz parte de um programa de reabilitação da diástase.

Outro parâmetro a trabalhar numa diástase é a respiração. O diafragma respiratório trabalha em concordância com o diafragma pélvico. 

Um diafragma tenso irá influenciar a condição geral do corpo impactando na sua mobilidade e dinâmica do core. Um encurtamento do diafragma respiratório irá gerar uma recrutamento dominante do tórax superior com diminuição da consciência muscular do core, bem como um períneo tenso. 

4 exercícios de Pilates essenciais para inserir no tratamento 

1. 20 breaths

Este exercício foca no controlo muscular local com contração estática dos membros e também no movimento das costelas durante a inspiração e expiração. 

Durante a expiração, ativa o recrutamento de oblíquos, glúteos e abdominal profundo em pressão intra-abdominal reduzida contribuindo para o aproximação dos músculos retos abdominais. 

A intenção do exercício é corrigir o padrão respiratório e a ativação muscular abdominal realizando 20 ciclos respiratórios.

2. Squeeze the ball

Exercício que foca no recrutamento da musculatura pélvica através do uso de um acessório como a bola, por exemplo, entre as pernas. 

O apertar da bola com recrutamento dominante dos glúteos em vez de adutores permite um recrutamento do abdominal profundo com redução da pressão intra-abdominal contribuindo para o reforço do core. 

3. Leg lift supine

Exercício simples focado no abdominal de forma a manter o tronco estável enquanto um membro inferior se move. 

O objetivo é o trabalho lombo-pélvico sendo que os abdominais são recrutados como estabilizadores. Este exercício é conciliado com respiração de forma a recrutar o abdominal profundo em reduzida pressão intra-abdominal.

4. One leg circle

Este exercício implica mais movimento do membro inferior e, deste modo, requer estabilidade lombo-pélvica. 

O movimento do membro inferior requer uma firme contração dos abdominais, retos abdominais, transverso e oblíquos, para contrariar a lordose lombar que pode ocorrer durante o movimento de círculo com o membro inferior. 

Assim, neste exercício há uma contração dos músculos abdominais e dos extensores da coluna para estabilizar a pélvis e impedir o tilt durante o movimento de rotação.

Conclusão

Sem trabalho respiratório numa primeira abordagem, mais difícil será a introdução de exercícios de reforço muscular sem impactar negativamente na diástase abdominal.

Uma recuperação da diástase implica um trabalho de consciência corporal, estabilidade lombo-pélvica e recrutamento muscular abdominal controlando o aumento da pressão intra-abdominal. 

Sem dúvida alguma, os exercícios aplicados durante a aula de Pilates podem colaborar para o tratamento da diástase abdominal. Contudo, nunca se esqueça que a avaliação e intervenção é sempre personalizada e individualizada de acordo com as necessidades de cada mulher.

 

Referências Bibliográficas  

Benjamin D, Frawley H, Shields N, Water A, Taylor N. Relationship between diastasis of the rectus abdominis muscle and musculoskeletal dysfunctions, pain and quality of life: a systematic review. Physiotherapy 2019; 105:24-34

Isacowitz R, Clippinger K. Pilates Anatomy. Copyright 2011.

Lackey, D & Olefskyl J. Regulation of metabolismo by the innate immune system. Nat. Rev. Endocrinol 2015; 189.

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Coragem é fazer as coisas acontecerem

O que torna uma pessoa corajosa? Talvez seja a falta de medo e a grande determinação? A psicologia tem analisado essa dimensão há anos. O consenso, por mais curioso que seja, é que a coragem é tão simples quanto fazer as coisas acontecerem. Trata-se de gerar mudanças positivas, mesmo em circunstâncias difíceis, em situações em que os outros desistiriam.

Martin Seligman, promotor da psicologia positiva, destacou que a coragem é a dimensão que atua como um dos componentes mais curativos durante a terapia. Além disso, tem raízes genéticas, educacionais e ambientais.

Os pais costumam incutir nos filhos uma atitude proativa em relação à vida para lembrá-los de que, às vezes, eles precisam colocar o medo de lado para alcançar seus objetivos. As pessoas que não tiveram esses reforços na infância e cresceram com inseguranças ou que sofreram uma experiência traumática muitas vezes carecem dessa coragem.

Por isso, Seligman a concebe como um elemento essencial no processo terapêutico. Ela deve surgir graças ao trabalho entre o profissional e o esforço do paciente. Assim, quando a pessoa realiza uma mudança, fica claro que ela aprendeu a valorizar a sua própria determinação. Em outras palavras, ela terá motivação suficiente para transformar a sua vida.

É aí que ela decide moldar e alcançar uma nova etapa na qual sentirá mais controle e segurança para alcançar o bem-estar. Essa é a melhor coragem de todas, a mais enriquecedora.

Homem explorador

Coragem é fazer as coisas acontecerem

A literatura científica diz que a coragem surge como resultado de uma luta primária contra emoções como o medo. Do ponto de vista neurobiológico, envolve regular a influência da amígdala, a região do cérebro relacionada às emoções mais intensas, a mesma que nos paralisa e sequestra nossos pensamentos ao assumir o poder.

Da mesma forma, também implica aprimorar áreas como o córtex pré-frontal, ligado à tomada de decisões, à reflexão e ao planejamento, e a atenção aos estímulos ambientais sem a influência do medo ou da angústia. Inclusive, muitas das pesquisas disponíveis sobre esse tipo de comportamento vêm da esfera militar (Neria, Solomon, Ginzburg e Dekel (2000)) e de histórias em que certos soldados realizaram atos heróicos quando estavam sob um grande perigo.

“Apenas me mantive calmo e fiz o que tinha que fazer”, dizem muitos desses jovens treinados para atuar em situações de risco. Mas e os civis? Alguém pode ser um herói sem treinamento militar?

Os médicos Uhri Kugel e Catherine Haussman conduziram um estudo na Universidade de Oxford em que revelaram dados que vale a pena conhecer. Vamos analisá-los.

Embora a coragem seja muitas vezes romantizada é, na verdade, uma habilidade cognitiva

Coragem é fazer as coisas acontecerem porque, com ela, você promove mudanças. Além disso, coragem é se concentrar em uma meta em meio a circunstâncias adversas. E não, você não precisa ser um herói que luta contra dragões. De acordo com a ciência atual, a coragem é uma habilidade cognitiva que qualquer pessoa pode aprender e aplicar.

Basicamente, consiste em acender sua vontade de agir apesar do medo, em ser capaz de olhar para a incerteza e a dúvida para então seguir em frente e agir. Você pode conseguir algo assim trabalhando as seguintes dimensões:

  • Gerenciar adequadamente a ansiedade. Se você for capaz de reconhecer os padrões de pensamento que o prendem, poderá redefinir sua mentalidade para agir.
  • Estar emocionalmente consciente. Isso consiste em saber se conectar com as suas emoções para transformá-las e usá-las a seu favor.
  • Lembrar-se de quais são os seus valores, propósitos vitais e objetivos pessoais.
  • Desenvolver uma capacidade muito específica de visualizar as mudanças desejadas que você alcançará se tiver coragem.
Mulher apreciando sua liberdade

Coragem é fazer as coisas acontecerem para ter uma realidade mais satisfatória

Franco, Blau e Zimbardo (2011) definiram a coragem como a capacidade de agir pró-socialmente apesar do risco pessoal. Atualmente, essa definição tem recebido algumas críticas. Isso porque a coragem nem sempre visa salvar os outros. Em vez disso, a coragem é necessária principalmente para salvar a si mesmo.

Como apontou Martin Seligman, para que a terapia psicológica seja eficaz, você deve despertar sua coragem. Em outras palavras, você deve acender sua determinação para superar seus medos, limitações e inseguranças. Dessa forma, você se sentirá mais capacitado para alcançar o que deseja. Além disso, você será capaz de promover mudanças que o aproximem da felicidade.

Como se costuma dizer, as pessoas muitas vezes vivem de fé e esperança. No entanto, o que realmente pode transformar sua realidade é a ação. Isso porque a coragem é uma mistura de emoções, pensamentos e sentimentos orientados para o avanço, para promover algo positivo, seja para si mesmo ou para os outros. Vale a pena ter isso em mente.

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O mito de Aquiles e os pontos fracos

O mito de Aquiles fala sobre o protótipo do herói épico; um ser quase perfeito e praticamente sem vulnerabilidades, mas ao mesmo tempo mortal. Este personagem foi a figura de maior destaque na guerra de Tróia e um dos mais importantes protagonistas em A Ilíada.

Este guerreiro também era conhecido como “pés ligeiros”, já que era considerado o mais veloz de todos os homens. Além disso, o mito de Aquiles aponta que ele também foi conhecido como o mais bonito de todos os heróis que lutaram na guerra de Tróia.

Este mito é tão importante que chegou a ser imortalizado na anatomia. O tendão de Aquiles, que está localizado na parte posterior da perna, recebeu esse nome em memória ao herói mitológico que foi cultuado em várias regiões do mundo antigo.

“Prefiro ser servo em uma casa pobre no mundo dos vivos do que rei entre os mortos.”
-Aquiles em A Odisseia

Aquiles liderando exército

A origem do mito de Aquiles

Segundo o mito de Aquiles, esse herói teve uma origem muito peculiar. Sua mãe, Tétis, era ninfa do mar, filha de Nereu, ancião dos mares. Ela possuía uma beleza sem igual. Foi educada por Hera, a esposa de Zeus. Mesmo assim, o próprio Zeus se sentiu interessado por ela, assim como Netuno, deus e amo dos oceanos.

Diz-se que o titã Prometeu deu a Zeus um oráculo, que lançou uma profecia destemida. A profecia dizia que Tétis conceberia e daria à luz um filho com grandes habilidades. O oráculo dizia ainda que, com o tempo, ele se tornaria tão poderoso que seria capaz de tomar o reinado de seu pai. Diante de tal previsão, Zeus e Poseidon (conhecido como Netuno pelos romanos) desistiram de seu interesse por Tétis.

No fim das contas, a ninfa casou-se com um mortal chamado Peleu, que era príncipe. Neste ponto, o mito de Aquiles tem duas versões:

  • A mais conhecida diz que sua mãe, sabendo que seu filho seria um grande herói, quis torná-lo imortal. Para fazer isso, levou Aquiles até as águas do rio Estige, que levava até o inferno, e o mergulhou. No entanto, ela o segurou pelo calcanhar, e essa área de seu corpo permaneceu vulnerável.
  • Outra versão indica que Tétis untou o corpo de seu filho com ambrosia, uma substância divina, e depois ateou fogo nele para queimar as partes mortais de seu corpo. Seu marido descobriu e, estarrecido, tirou a criança à força do fogo, fazendo com que seu calcanhar ficasse carbonizado. Por conta disso, Tétis abandonou seu lar e deixou os dois largados à própria sorte.

Um herói de destaque

Desde criança, Aquiles já possuía uma grande força e velocidade. Também demonstrou ter um caráter muito duro que ansiava pela glória e a violência. Seu grande mestre foi Fênix, um sábio e valente centauro. Durante sua infância, Aquiles conheceu Pátroclo, com quem manteve uma amizade pelo resto de sua vida. Algum tempo depois, se tornou discípulo do centauro Quíron e, assim, completou sua formação.

Para manter Aquiles afastado da guerra, seu pai o enviou para a corte do rei Licomedes, disfarçado de mulher. Lá, ele passou algum tempo e concebeu seu único filho, conhecido como Pirro ou Neoptólemo. Odisseu o descobriu e o convidou para acompanhá-lo no resgate de Helena em Tróia.

O mito de Aquiles diz que sua entrada na guerra mostrou suas grandes habilidades e causou temor entre os inimigos. As façanhas desse semideus se tornaram lendas, principalmente quando ele derrotou Cicno, filho de Poseidon, e Troilo, filho de Apolo.

Cena do filme Tróia

A morte do herói

A guerra de Tróia foi longa e sangrenta. Aquiles era o mais temido e o mais belo entre os guerreiros. Ele não conhecia o medo e, por isso, era temido por todos. Muitos fugiam antes de enfrentá-lo, pois ele era considerado invencível. Estas eram as circunstâncias quando seu amigo de infância, Pátroclo, foi morto por seus inimigos no campo de batalha.

A partir disso, o mito de Aquiles conta que o herói passou a lutar com cada vez mais força e sem nenhuma compaixão. Tudo o que ele queria era vingar a morte de seu amigo que havia caído nas mãos de Heitor. Hefesto, deus do fogo e da metalurgia, fez uma armadura especial para proteger Aquiles, já que um oráculo havia anunciado que ele morreria durante o combate com Heitor – o qual venceu.

Algum tempo depois, Páris, guiado por Apolo e conhecendo o único ponto frágil do guerreiro, o feriu com uma flecha envenenada em seu calcanhar. O herói morreu e foi velado durante 17 dias por sua mãe, Tétis, e nereidas, suas irmãs. O paradoxo é que ele havia dito que queria viver rápido e morrer jovem.

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terça-feira, 29 de setembro de 2020

Abulia: quando a vontade, o desejo e a motivação estão em falta

Às vezes, a preguiça é dolorosa. O mundo pesa sobre nós, e não só nos falta entusiasmo e motivação, mas também nos sentimos incapazes de decidir ou fazer qualquer coisa. É outro tipo de cansaço, muito diferente do que sentimos após um longo dia de trabalho. A abulia surge sem necessidade de fazer esforço e é, de fato, um estado em que é difícil até mesmo pensar.

Quando alguém passa por um estado com essas características, é comum o seu ambiente tentar animá-lo e sugerir algo tão simples como “tirar uns dias de folga”, “sair e tentar se desligar e animar um pouco”. Porém, nada disso funciona; são remendos inúteis diante daquela realidade psicológica que não entende mais o que é a alegria e que não encontra alívio nem dormindo 10 horas seguidas.

A abulia pode ser confundida com outras terminologias semelhantes, como anedonia e astenia. É verdade que os três orbitam muito próximos aos transtornos depressivos e, às vezes, podem aparecer juntos, formando um tridente muito desgastante. No entanto, cada um deles tem suas peculiaridades.

Vamos conhecer melhor esta realidade que atinge milhares de pessoas.

Jovem desanimada

Abulia, a desmotivação patológica

Abulia significa literalmente ‘sem vontade’. Por si só, não configura um transtorno mental; é um sintoma, uma dimensão que pode estar por trás de diversas realidades clínicas, todas elas causadoras de um grande sofrimento. Do ponto de vista médico, é concebida como uma alteração da motivação, que tem sua origem, em muitos casos, em uma alteração neurológica.

É verdade que todos podemos passar por aqueles momentos em que nada nos motiva e o desejo, a energia e a vontade se perdem. Porém, quase sempre são situações específicas que não pioram. No entanto, há casos que vão muito mais longe. Há pessoas que até param de se comunicar, exibindo um silêncio somado a uma evidente necessidade de se isolar de tudo e de todos.

São casos extremos. Porque a abulia também se enquadra em um espectro, ou seja, há aquelas pessoas que apresentam sintomas mais brandos e outras que chegam a estados muito patológicos e dolorosos, tanto para o próprio paciente quanto para o seu meio.

Quais são os sintomas da abulia?

A abulia não vem acompanhada apenas pela apatia e a falta de vontade de cumprir nossas obrigações. É algo mais profundo, persistente e até marcante:

  • Falta de energia para realizar as tarefas diárias.
  • Cansaço, falta de motivação e de iniciativa.
  • Movimentos motores lentos.
  • Falta de habilidade para reagir a estímulos.
  • Incapacidade de tomar decisões, de responder às demandas do entorno.
  • Indecisão.
  • Fala mais lenta, fica difícil para a pessoa até conseguir ouvir o que lhe dizem.
  • Embotamento emocional: muitas emoções são sentidas, mas todas ao mesmo tempo, causando exaustão.
  • Casos de mutismo.

Além disso, devemos ter um cuidado especial com crianças e idosos. Muitas vezes, podemos pensar que essa apatia e desmotivação são provocadas pela idade (ser muito jovem ou ser muito velho). A abulia também está presente neste setor populacional e é importante saber o que está a causando.

Causas por trás da falta de vontade

Algumas décadas atrás, a abulia era considerada uma forma de retardo mental. Dava-se como certo que alguém poderia apresentar repentinamente aquele revés intelectual, emocional e motor no qual uma espécie de involução psíquica era evidente. Felizmente, hoje entendemos um pouco mais essa característica.

  • A abulia é, geralmente, um sintoma de depressão grave.
  • Também pode ser um sintoma de um distúrbio neurológico. Sofrer um acidente, derrame ou qualquer outra condição que afete o cérebro pode levar ao aparecimento da abulia.
  • Estudos como os da Universidade de Washington mostram que uma lesão no corpo estriado ou no núcleo talâmico resulta nessa característica.
  • O mesmo acontece se sofrermos qualquer alteração nos centros de motivação e movimento, como a área frontal do cérebro, os gânglios da base ou o cingulado anterior.
  • Também é conveniente saber que a escopolamina (burundanga) está relacionada a estados de abulia, nos quais a pessoa perde completamente a própria vontade.
Homem cansado

Que tratamento existe para a abulia?

O tratamento para a abulia sempre será definido de acordo com a origem, distúrbio ou condição médica que está causando esse estado. Não é a mesma coisa ter um paciente que sofreu uma lesão cerebral em consequência de um acidente e alguém com depressão grave.

Na maioria dos casos, uma resposta farmacológica é iniciada. Estudos, como os conduzidos pelos Drs. Daniel A. Drubach, MD, e Gabriel Zeilig, falam sobre a utilidade da carbidopa e da levodopa no tratamento dos sintomas de pacientes com abulia. Essas drogas são eficazes porque aumentam a produção de dopamina e beneficiam o sistema nervoso central.

  • Por outro lado, a terapia psicológica também é muito adequada. Nesse caso, o objetivo seria fornecer aos pacientes ferramentas para melhorar a motivação, cuidar dos seus pensamentos, regular suas emoções e iniciar novos comportamentos para recuperar o controle da sua realidade.
  • Da mesma forma, benefícios interessantes têm sido observados nas terapias físicas e esportivas, bem como na fisioterapia. Estimular a pessoa a se movimentar novamente, a ativar seu corpo por meio de atividades simples, mas motivadoras, aumenta a produção de endorfinas e permite que ela volte a entrar em contato com o plano físico.

Para concluir, a abulia é um sintoma que não deve ser menosprezado. Caso o desânimo e a falta de vontade sejam persistentes e muito limitantes em alguém próximo, é necessário consultar um profissional. Vamos manter isso em mente.

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Reenquadramento positivo: como olhar para as coisas a partir de outra perspectiva

Às vezes, ser capaz de ver as coisas a partir de outro ponto de vista melhora a nossa capacidade de lidar com as dificuldades. O reenquadramento positivo é um exemplo disso e de como, ao repensar certos aspectos ou dimensões, a confusão, o desconforto e as tensões que temos com as pessoas ao nosso redor se reduzem. É um recurso muito útil que todos nós podemos usar.

Há uma coisa que devemos admitir: aplicar esse tipo de arte mental é difícil para nós. As pessoas tendem a ser teimosas em suas interpretações, obstinadas nas avaliações que fazem sobre certas situações, circunstâncias e relacionamentos. Não hesitamos em rotular como tóxico aquele colega que está sempre de mau humor ou como controlador quem está obcecado pela organização.

Talvez aquela pessoa tóxica esteja passando por um momento ruim e esteja sofrendo em silêncio. Qualquer pessoa obcecada pela organização pode ter uma daquelas mentes brilhantes com as quais valeria a pena aprender alguma coisa. Vamos admitir: nossa realidade tem muitas faces, e não é bom ficar apenas com a mais negativa.

Ser capaz de relativizar e de abrir os olhos para outras perspectivas mais amáveis ​​pode melhorar significativamente a nossa qualidade de vida.

Ressignificação positiva

O que é o reenquadramento positivo?

O reenquadramento positivo é uma técnica amplamente utilizada na terapia. Ela pretende que a pessoa consiga ver as coisas de forma diferente e mudar os significados que lhes atribui. A ideia essencial é fazê-lo compreender que o ponto de vista que você aplica sobre certas realidades que lhe causam sofrimento funciona como um filtro capaz de borrar tudo, alterando emoções, pensamentos e comportamentos.

Vamos dar um exemplo. Sou uma pessoa com um nariz chamativo ou extremamente magra ou baixa. Além de trabalhar minha autoestima e autoaceitação, também devo ser capaz de aplicar um enquadramento positivo em cada situação. Em vez de pensar que todos vão me olhar se eu for para uma festa, devo relativizar essa ideia e focá-la em outros aspectos: na diversão, em assumir que todos temos as nossas particularidades e que é isso que nos torna únicos.

Devo evitar ir a eventos sociais por causa disso? Obviamente não. Porque os esquemas mentais que aplicamos a certas áreas de nossas vidas não apenas nos limitam, mas agem como bloqueadores da felicidade. E se há algo que devemos considerar é que uma grande parte de nós faz uso desses processos mentais. Pensar que existe apenas uma perspectiva e uma forma única de ver as coisas é muito humano.

Passar do “quadro-problema” para o “quadro-objetivo”

O reenquadramento positivo segue um processo muito específico no qual passamos da negatividade para uma atitude mais aberta, construtiva e esperançosa. Para entender melhor, vamos nos colocar no lugar de outra pessoa, alguém que acaba de receber um diagnóstico de esclerose múltipla.

Essa pessoa em particular diz a si mesma que sua vida acabou, que ela nunca mais vai trabalhar e que seu futuro será terrível.

  • O quadro-problema é o seguinte: ela assume que essa doença crônica é degenerativa e que tudo está perdido, que não há outra opção a não ser assumir o fim.
  • Nesse caso, dentro do processo terapêutico, o uso do reenquadramento positivo é essencial. Para isso, aplicaremos o quadro-objetivo que consiste em fazer a pessoa enxergar outras opções. É passar do problema concreto para um objetivo que atua como uma esperança, como uma saída para romper esse padrão negativo.
  • Nesse caso, o foco estará em compreender a doença, entendê-la e saber que existem opções para detê-la e poder manter uma qualidade de vida adequada.
Repensar a vida

O reenquadramento positivo não cai no otimismo excessivo, mas repensa as experiências para fornecer soluções

O enquadramento positivo faz parte da psicologia positiva iniciada por Martin Seligman nos anos 90. É importante entender que essa técnica não se destina a fazer alguém ser capaz de sempre ver o lado bom da vida. É possibilitar que, dentro do contexto e da realidade de cada paciente, seja possível considerar quais opções existem para administrar a situação e melhorar sua vida.

Algo assim implica entender que, às vezes, não podemos mudar o que acontece conosco. Se perdi meu emprego, ele está perdido. Se fui diagnosticado com uma doença, a evidência é essa e nenhuma outra. No entanto, o reenquadramento positivo me permite ver quais abordagens posso considerar para lidar e enfrentar esses eventos.

Ela serve para enfraquecer o viés negativo e derrotista que tem me prendido, para alimentar meu olhar com outras possibilidades, a partir de outras perspectivas, para melhorar minha motivação e a possibilidade de lidar melhor com essas circunstâncias complexas. Graças a este recurso, encontro calma emocional, clareza mental, e posso redefinir os significados que dou a certas coisas.

Para concluir, esta técnica para reestruturar cognições (pensamentos) é uma ferramenta de vida da qual deveríamos fazer uso. É uma forma de avançar um pouco melhor nos dias difíceis que podemos ter pela frente. Se não formos capazes de fazer isso sozinhos, é importante buscar ajuda profissional.

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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

As mentes bem conservadas dos “superagers”

À medida que envelhecemos, nossas capacidades cognitivas começam a se deteriorar. As habilidades de raciocínio, memória e velocidade de processamento, que atingem seu máximo desempenho na idade adulta, são afetadas com a idade. No entanto, existe um grupo da população idosa que apresenta um desempenho superior em relação a outras pessoas da sua idade. Essas pessoas são chamadas de superagers”.

Esse nome é dado a pessoas com 80 anos ou mais cuja memória é tão boa quanto a de pessoas 25 ou 30 anos mais jovens. Isso tem gerado um grande interesse na comunidade científica, principalmente porque essas pessoas são ativas e não apresentam sinais de cansaço. Assim, existe a possibilidade de que elas tenham uma constituição genética diferente.

Existe um grupo da população idosa que apresenta um desempenho superior em relação a outras pessoas de sua idade. Essas pessoas são chamadas de "superagers"

Por que os superagers são especiais?

Em geral, os superagers são especiais porque têm habilidades mais altas do que o normal para a sua idade. Alguns especialistas os separam em duas categorias: superagers físicos e superagers cognitivos. As pessoas do primeiro grupo têm uma capacidade aeróbica fantástica. Já as pessoas do segundo grupo têm uma excelente memória, comparável à dos jovens.

Da mesma forma, é mais ou menos claro que as pessoas de ambos os grupos são mais resilientes diante das adversidades da vida. Pesquisadores até estudaram se suas características de personalidade incluem ser mais extrovertidos e menos neuróticos. Isso significaria que elas enfrentam os desafios de uma forma diferente. Talvez elas até se inclinem para atividades que aumentem suas capacidades cerebrais, como exercícios físicos ou outras atividades estimulantes.

Não se sabe exatamente por que apenas alguns idosos apresentam essas características. O que está claro é que pesquisadores de todo o mundo estão tentando descobrir mais sobre isso para poder ajudar os adultos que não as apresentam. Inclusive, eles já encontraram resultados sobre o que os diferencia e, portanto, por que atingiram este nível de cognição.

Um tipo de cérebro diferente

Os pesquisadores estão focados em estudar o cérebro dessas pessoas. Uma das descobertas que eles fizeram está relacionada à proteína beta-amilóide. Essa proteína, naturalmente presente no cérebro, pode acabar se acumulando em placas, que são um ponto-chave na doença de Alzheimer.

Eles observaram uma maior presença de beta-amilóide e até de placas nos superagers. No entanto, suas capacidades cognitivas e de memória estavam intactas apesar dessa presença elevada.

Além disso, parece que esses “super-idosos” têm mais neurônios von Economo do que a média de seus pares. Esses neurônios são um tipo especial de célula que, aparentemente, serviu para atender às demandas de um cérebro maior durante a evolução. Ao longo de seu desenvolvimento, eles se tornaram um centro de emoção, sensibilidade e inteligência emocional.

Os pesquisadores encontraram mais neurônios desse tipo em três regiões cerebrais dos superagers:

  • Córtex fronto-insular.
  • Pré-frontal dorsolateral.
  • Cingulado anterior (esse é mais espesso nos superagers e está relacionado às funções executivas, à empatia e à comunicação).
Grupo de idosos se divertindo

Aspecto social

Se considerarmos as características cerebrais que os diferenciam, seria de se esperar que também apresentassem um comportamento social diferente. Nesse sentido, um estudo da Universidade de Chicago comparou um grupo de superagers com um grupo de seus pares em termos de personalidade, bem-estar e memória.

Os pesquisadores observaram níveis semelhantes de bem-estar em ambos os grupos. No entanto, os superagers pontuaram mais alto na escala de relacionamentos positivos. Em outras palavras, eles apresentaram uma maior satisfação e qualidade em seus relacionamentos. Essa descoberta se ajusta ao maior desenvolvimento dos neurônios von Economo e do córtex cingulado anterior, estabelecendo-se como um ponto-chave na preservação de suas mentes.

Além disso, um amplo campo de pesquisa vem confirmando que atividades sociais e interações positivas são muito benéficas para a saúde cognitiva. Não apenas por causa da importância do apoio social, mas porque, quando interagimos com outras pessoas, ativamos todo o cérebro e aprimoramos algumas habilidades cognitivas. Entre elas, a memória, a atenção e a tomada de decisões.

Então, como podemos nos tornar superagers? Isso ainda não está claro. Inclusive, foram observadas diferenças genéticas nesse grupo mais conservado. No entanto, se considerarmos suas características, mais uma vez a natureza e as pesquisas nos lembram que o segredo para ser saudável é se manter física, mental e socialmente ativo.

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Ciência descobre que temos 5 tipos de apetite

A ciência descobriu que existem vários tipos de apetite, não apenas em humanos, mas em muitos animais. Na verdade, o apetite é um fenômeno muito mais complexo do que pode parecer à primeira vista. O organismo é uma sofisticada obra de engenharia que busca sempre o equilíbrio.

A primeira coisa que devemos dizer é que fome não é a mesma coisa que o apetite. A primeira é uma necessidade estritamente fisiológica. Ela surge porque o corpo exige os nutrientes de que necessita para funcionar adequadamente. É, por assim dizer, um pedido de “combustível” para funcionar.

O apetite, por outro lado, é um processo mais complicado. A princípio, está mais associado ao prazer do que ao instinto de sobrevivência. Não é necessariamente estimulado pelas necessidades básicas do corpo, mas também por outras razões. Portanto, os cientistas afirmam que existem vários tipos de apetite.

Sua dieta é como uma conta bancária. As boas decisões alimentares são bons investimentos.”
-Bethenny Frankel-

Mulher comendo um donut

Antes de falar sobre os diferentes tipos de apetite, vamos ressaltar que essa necessidade de comer é regulada pelo hipotálamo no ser humano. Ele envia sinais quando os nutrientes são necessários para compensar o gasto de energia. Também indica quando a quantidade que temos é suficiente.

No entanto, no passado, descobriu-se que às vezes os alimentos eram ingeridos em quantidades razoáveis, mas o hipotálamo não enviava o sinal de “chega”. Isso ocorre quando consumimos gorduras e açúcares. Isso significa que você pode comer uma grande quantidade desses alimentos e não se sentir satisfeito.

Por outro lado, açúcares e gorduras também estimulam a produção de dois neurotransmissores: a dopamina e a serotonina. Ambos estão relacionados à sensação de bem-estar e prazer. Por esse motivo, esses alimentos podem se tornar viciantes, como aconteceria com uma droga.

Os tipos de apetite e as lagostas

Àquele conhecimento que já havia sido reconhecido, outros muito interessantes foram acrescentados. Devemos os novos dados aos biólogos David Raubenheimer e Stephen J. Simpson, que estudam o assunto há mais de 30 anos. Fruto dos seus estudos, foi publicado o livro Eat Like the Animals ou Coma Como os Animais.

O título, por si só, já é muito sugestivo e alude literalmente ao que esses dois pesquisadores encontraram nas suas pesquisas. Seu estudo central foi realizado com lagostas. Um grupo desses animais recebeu uma alimentação rica em nutrientes e pobre em carboidratos; a outro grupo, foram oferecidos alimentos ricos em carboidratos e pobres em nutrientes.

Vários tipos de alimentos eram usados, sempre com o mesmo princípio, e as lagostas distribuíam o que comiam de forma equilibrada. Portanto, elas ingeriam a quantidade certa de proteína, independentemente da quantidade de carboidratos que tivessem à disposição.

Um segundo experimento

Para avançar com a pesquisa, os cientistas testaram dois outros grupos de lagostas. Um deles recebeu uma dieta rica em carboidratos e pobre em proteínas; com o outro grupo fizeram o contrário: ofereceram alimentos com alto teor de proteínas e baixa proporção de carboidratos. Cada exemplar podia comer o que quisesse.

O grupo que recebeu um grande suprimento de proteína comeu poucos carboidratos. Em contrapartida, quem recebeu uma grande quantidade de carboidratos comeu muito mais para compensar a falta de proteína. Por que esses animais preferem as proteínas? Simplesmente porque as proteínas garantem melhor seu desenvolvimento e sobrevivência.

Dessa forma, os pesquisadores descobriram que havia vários tipos de apetite nas lagostas. O mais impressionante é que os cientistas replicaram esse experimento com humanos. O resultado foi igual ao das lagostas.

Mulher comendo um doce

Os tipos de apetite e o controle do peso

Por fim, os pesquisadores concluíram que existem cinco tipos de apetite: o de proteínas, de carboidratos, de gorduras, de cálcio e de sódio (sal). No caso dos humanos, eles agrupam os três primeiros na categoria de “macronutrientes”.

Alimentos ultraprocessados ​​contêm principalmente gordura e carboidratos. Pelo mesmo motivo, uma dieta baseada neste tipo de alimento significa que mais alimentos devem ser consumidos para atingir o nível de proteína de que o corpo necessita, já que ela está presente em pequenas proporções nesses alimentos.

A conclusão da pesquisa indica que os humanos, assim como pelo menos 50 espécies de animais, possuem mecanismos para buscar um equilíbrio na alimentação. Porém, isso só funciona corretamente quando consumimos os alimentos com os quais evoluímos. Caso contrário, o apetite é alterado. Pelo mesmo motivo, talvez o melhor seja “comer como os animais”.

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Variações da prancha abdominal: 20 modificações do exercício para evoluir com seus alunos

Suas aulas de Pilates possuem exercícios abdominais eficientes? Se a resposta foi sim existe uma grande probabilidade de que você já tenha usado a prancha com seus alunos. Elas são uma ótima maneira de trabalhar o Power House, mas o que muitos não sabem é que existem diversas variações da prancha abdominal para utilizarmos de acordo com o nível do aluno.

Nesse artigo entenderemos um pouco mais sobre prancha para começar agora evoluir o exercício com seu aluno. Você também verá 20 possíveis variações da prancha abdominal para aplicar nas aulas de Pilates. É só continuar lendo para aprender tudo. Bora lá?

Como funciona a prancha abdominal?

A prancha abdominal é um exercício direcionado para musculaturas do Power House. Por ser um exercício isométrico, ele não exerce pressão sobre as articulações utilizadas e serve tanto para trabalhar com pessoas fisicamente ativas quanto para reabilitação. Para realizá-la o aluno basicamente assume uma posição que mantém as musculaturas do Power House ativados.

Como as posições variam, falarei principalmente da prancha tradicional com cotovelos apoiados por enquanto. Mais tarde veremos outras variações da prancha abdominal e como aplicá-las para a progressão de seus alunos.

Ao adotar a posição de prancha o aluno possui bases de apoio nas mãos e pés. Só o centro do corpo encontra-se sem apoio, portanto sujeito à atividade da gravidade que gera boa parte da ativação muscular. Essa região está completamente instável, fazendo com que as musculaturas do Power House fiquem ativados durante todo o período do exercício.

Quando o aluno vê alguém fazendo prancha abdominal com certeza pensa: “Isso é fácil, eu consigo fazer”. É claro que ele se surpreende com o exercício na hora de realizar porque, na verdade, a ativação é bastante intensa e sua realização é mais difícil do que parece. 

Existem até alunos que conseguem realizar abdominais tradicionais (sit up) sem problemas e mal aguentam 10 segundos na posição de prancha. Mas falaremos mais sobre esses casos mais à frente. 

Por enquanto basta saber que a prancha abdominal é eficiente, especialmente para ativar o reto abdominal e musculaturas profundas e superficiais do abdômen.

Como realizar a prancha isométrica tradicional?

Para conseguir uma ativação eficiente das musculaturas que já mencionei precisamos de um movimento correto. Alunos que erram na posição estão se expondo a riscos de lesões e dores, sem contar que não ativam as musculaturas necessárias e deixam de colher os resultados do exercício.

Por isso instrua bem seu aluno na hora de realizar a prancha. Comece demonstrando como fazer, e depois corrija a posição adotada pelo aluno. Se ele for iniciante é bem provável que erre algo nas primeiras vezes, esteja sempre atento e pronto a realizar correções.

A posição inicial é em decúbito ventral com apoio em cotovelos e pontas dos pés. O corpo todo deve estar bem alinhado, sem desvios de quadril, lombar, torácica ou ombros

Preste atenção para ter certeza que o aluno não está com o quadril erguido, uma hiperlordose lombar ou hipercifose torácica. A cervical também deve estar alinhada e o olhar direcionado para baixo para evitar desvios.

Ao realizar a prancha abdominal tradicional use um mat para apoiar os cotovelos do aluno. Assim ele fica mais confortável e consegue manter a posição por mais tempo.

Quando a posição estiver correta peça para que o aluno a mantenha por certo tempo. Comece com períodos curtos para os mais iniciantes, muitas vezes 10 segundos ou 20 segundos bastam. 

Conforme o aluno se acostumar com a prancha você pode sugerir variações da prancha abdominal, por exemplo, evoluir os períodos de tempo e posições utilizadas.

Benefícios da prancha isométrica

Muita gente pensa nos exercícios abdominais só como uma maneira de definir o abdômen e ganhar o corpo dos sonhos. Os benefícios vão muito além da estética, especialmente quando lembramos de todas as funções da musculatura abdominal.

Lembrando que os músculos do abdômen tem como função:

  • Manter a pressão intra-abdominal;
  • Auxiliar na sustentação das vísceras;
  • Sustentar a coluna vertebral;
  • Manter as curvaturas fisiológicas da coluna;
  • Realizar os movimentos da coluna.

Assim, ao realizar um treino eficiente dessas musculaturas conseguiremos melhora nas funções da coluna lombar. O aluno conseguirá diminuir dores lombares, melhorar seu desempenho esportivo e, claro, benefícios estéticos.

Por isso é tão importante treinar Power House no Pilates. Todos os movimentos do corpo dependem dele para acontecerem com eficiência. Se você deseja um aluno com corpo perfeitamente funcional deverá lembrar-se de inserir exercícios como a prancha isométrica na sua aula.

20 variações da prancha abdominal

Você já conhece a prancha isométrica tradicional e seus benefícios e tenho quase certeza que seus alunos também. 

Mas será que existe alguma maneira de progredir o aluno que já pratica prancha sem ser aumentando o tempo na posição? Existe e vou exemplificar 20 variações da prancha abdominal para você!

No vídeo abaixo eu mostro algumas pranchas que servem como evoluções para a prancha ventral tradicional. Incluí algumas pranchas laterais e invertidas que adicionam um desafio interessante ao exercício.

 

“Como eu sei que esse é o exercício certo para meu aluno?”

Observe bem a base de apoio do corpo. Quanto menor ela for mais difícil será o exercício, ou seja, seu aluno precisará de uma ativação mais eficiente das musculaturas abdominais. 

Em algumas variações da prancha abdominal temos um ou mais membros suspensos, adicionando mais instabilidade ao exercício. Nessas variações o aluno também precisará ativar outras musculaturas, como glúteos no caso de prancha com um membro inferior suspenso. Se o seu aluno tem alguma dificuldade para ativar os músculos necessários para o exercício talvez ele precise de alguma preparação.

Dica: não evolua o aluno antes que ele esteja muito acostumado com as versões mais fáceis. Mesmo que ele implore para fazer o exercício mais avançado ele precisa primeiro conseguir fazer a posição correta. De que adianta dar uma variação super avançada da prancha se o aluno mal consegue fazer a versão mais simples? A chave para os resultados de qualquer exercício está na sua execução perfeita.

Quando usar cada uma das variações da prancha abdominal?

Para te ajudar, veja algumas variações da prancha abdominal para os tipos de alunos que encontramos no Método Pilates. 

Para alunos iniciantes

Alunos iniciantes terão dificuldades para realizar os exercícios de prancha, alguns deles são incapazes de fazer até mesmo a prancha com apoio de cotovelos. Nesse caso podemos começar com uma prancha em quatro apoios. Nela o aluno deve somente erguer o corpo e manter os joelhos afastados do chão.

Posteriormente você pode introduzir pranchas um pouquinho mais avançadas. Um exemplo é a prancha onde o aluno assume a posição inicial de uma flexão e mantém. Aos poucos ele conseguirá realizar a prancha com apoio de cotovelo.

Prancha para alunos intermediários

Depois de dominar as pranchas iniciais o aluno estará preparado para evoluções. Lembrando, nada de evoluir um aluno que ainda tem dificuldades de sustentar seu corpo na prancha em apoio de cotovelos.

Uma das primeiras variações da prancha abdominal que conseguimos adotar para alunos intermediários é a prancha com um membro inferior suspenso. Ele precisa levantar uma das pernas e mantê-la erguida por todo o período do exercício. Também podemos realizar uma variação com um membro superior suspenso, ou seja, um dos braços.

Quando ele se acostumar à instabilidade extra que essa variação traz adote a prancha com um membro inferior suspenso e o membro superior oposto também suspenso. Se ele começar levantando a perna esquerda, também levanta a mão direita. Assim o exercício torna-se mais instável e desafiador.

Prancha para alunos avançados

Conforme o aluno se acostumar com a instabilidade maior nos exercícios introduzimos também as pranchas laterais. Nessa variação o aluno terá como apoio somente um dos pés e um dos cotovelos, tornando-o bem mais difícil.

Também já conseguimos adicionar às aulas exercícios de prancha que usam bases instáveis. Para isso basta pedir que o aluno faça a prancha tradicional com apoio de cotovelos apoiando os cotovelos numa Fitball. Também é possível realizar pranchas dinâmicas, mas esse não é o assunto de hoje.

Resumindo: quanto menor e mais instável for o apoio do corpo, mais avançado será o exercício.

Prancha ventral com base instável

Eventualmente seu aluno estará avançado o suficiente para realizar exercícios com base instável. 

Alguns estudos mostram que a utilização de bases instáveis incentivam a ativação de musculatura abdominal e músculos extensores do tronco. Isso acontece porque o uso da base instável força a ativação dessas musculaturas de maneira mais intensa.

Só precisamos estar cientes que nem todos alunos conseguem os mesmos resultados a partir do uso da Fitball. O aluno precisa de uma combinação de controle motor dos músculos profundos do abdômen e resistência nos músculos superficiais. 

Sabe o que isso quer dizer? Exatamente, muitos precisam de uma preparação prévia. Para desenvolver esses pré-requisitos é possível usar outras pranchas menos avançadas, então fique tranquilo.

O que sabemos é que o exercício isométrico realizado na Fitball leva a uma ativação bem maior principalmente do reto abdominal e extensores do tronco. Como o corpo está num cenário de extrema instabilidade ele precisará da atividade desses músculos para manter a posição. Por isso mesmo o exercício força uma ativação maior desses músculos.

A ativação das musculaturas abdominais é maior especialmente nos últimos segundos do exercício, o que não quer dizer que mais tempo na posição de prancha seja melhor. 

O ideal é realizar o quanto o aluno aguenta. Passar de seu limite gera compensações, como uma hiperlordose lombar quando a musculatura abdominal não mantém a sustentação do tronco durante o exercício, que podem até causar dores e lesões.

Assim a prancha abdominal realizada numa base instável é o ideal para seu aluno mais avançado. Ele conseguirá trabalhar ainda mais as musculaturas abdominais e obter resultados mais perceptivos e rápidos.

Alunos com dificuldade na prancha abdominal

Algumas vezes pedimos para um aluno realizar uma prancha com apoio de cotovelos e ele simplesmente não consegue sustentar-se na posição. O problema é: esse mesmo aluno consegue fazer sit ups sem grandes problemas. O que está acontecendo então?

Provavelmente ele está ativando a musculatura errada na hora de realizar os exercícios abdominais. É comum ativar musculaturas flexoras da articulação coxofemoral em alguns exercícios para abdômen. 

O problema é que essa ativação errônea acaba com nossos resultados já que esse não é um movimento com foco em musculaturas coxofemorais. Nesse caso você precisará trabalhar a prancha com cuidado nesse aluno.

Sua primeira preocupação será garantir que ele está mantendo a posição correta da prancha. Uma falta de ativação de musculaturas abdominais costuma causar hiperlordose lombar durante o exercício. Também devemos ensinar o aluno a ativar a região correta através de comandos verbais e demonstrações.

Prancha isométrica vs. abdominais

Um mito anda circulando o meio fitness, alguns dizem que as pranchas isométricas seriam substitutas do abdominal tradicional. Será que é verdade que fazer 30 segundos de prancha substituiria uma série de sit ups na aula?

Devemos começar lembrando que a prancha é um exercício isométrico. Portanto ela não trabalha com articulações específicas, mas sim com uma posição estática e a ação da gravidade. 

Já as abdominais tradicionais são exercícios dinâmicos que provocam mais microlesões na musculatura. Em certas situações os exercícios abdominais como crunches são a melhor opção, em outras as pranchas são mais recomendadas.

A prancha é um ótimo exercício especialmente para duas situações. Na primeira delas estamos trabalhando com alguém em processo de reabilitação de lesões ou patologias que têm dificuldade em realizar exercícios dinâmicos. Usamos a prancha abdominal para fortalecer as musculaturas abdominais desse aluno sem passar dos limites do seu corpo.

Também usamos as pranchas com os alunos para combinar o fortalecimento de musculaturas do Power House com equilíbrio e estabilidade. As pranchas mais avançadas ou com bases instáveis são extremamente úteis para esse fim.

Conclusão

Quem busca um bom trabalho de Power House, além de estabilidade, pode e deve usar as variações da prancha abdominal. Elas são exercícios completos que cumprem muito bem sua função dentro do Pilates. É claro que para isso é importante que seu aluno realize a posição de maneira perfeita.

Muitas vezes queremos evoluir nosso aluno só porque os exercícios avançados podem ser mais divertidos para as aulas, porém isso é um erro. A evolução só deve acontecer quando a pessoa estiver completamente preparada, ou seja, ela precisa dominar o exercício menos avançado. Pedir que um aluno realize um exercício avançado só porque seria mais “interessante” é um erro que bons profissionais devem evitar.

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A simplicidade também é uma virtude intelectual

A simplicidade também é uma virtude intelectual. Afinal, todos nós agimos de acordo com o que pensamos e muitos de nós já conheceram pessoas orgulhosas de espírito e de coração, pessoas que interpretam a humildade como o idioma russo, algo indecifrável e que não vale a pena utilizar. No entanto, por que esse tipo de egocentrismo é tão recorrente?

Esta não é uma pergunta aleatória nem um lamento aos ventos. Ultimamente as vozes que reafirmam que nossa opinião é única e verdadeira são cada vez mais apreciadas. Tem sido cada vez mais difícil ouvir pedidos de desculpas, admitir que talvez tenhamos nos equivocado em algo e que as coisas, provavelmente, poderiam ter sido melhores. Os egos intelectuais inundam as redes sociais e, às vezes, até as mesas nas quais confraternizamos.

Um exemplo disso é o seguinte: há pouco mais de um ano, psicólogos do Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano propuseram algo decisivo. A sugestão foi dirigida a toda a comunicação científica: devido ao grande número de pesquisas errôneas ou pouco válidas, era necessário publicar um pedido público de desculpas para avisar que esse olhar estava equivocado.

De acordo com a promotora dessa ideia, a doutora Julia M. Rohrer, a falta de humildade intelectual é um fator cultural. Está tão enraizado em nossos pensamentos e comportamentos que é necessário que alguém se coloque como exemplo a ser seguido.

Se o mundo da ciência ceder e admitir que muitas de suas conclusões não são válidas, corretas ou replicáveis, talvez aí seja dado um primeiro passo. Mas será que isso é possível? A oportunidade está em nossas mãos.

Mulher focada trabalhando

A simplicidade também é uma virtude intelectual

Alguma vez você já se sentiu frustrado porque alguém se negava a mudar de opinião sobre um aspecto cujo olhar era completamente errôneo? Certamente muita vezes, não é mesmo? Bom, vamos pensar então na última vez em que nós mesmos percebemos nosso erro e fomos capazes de admiti-lo. Isso faz muito tempo? Ou é algo comum para você?

É preciso admitir que as pessoas têm muita dificuldade de tomar consciência de que, às vezes, elas erram. Em alguns momentos, a nossa ignorância sobre algum aspecto é mais do que evidente. Entretanto, como dissemos anteriormente, é a própria cultura que nos leva a fingir essa força… essa falta de vulnerabilidade; um tipo de certeza intelectual que não dá abertura para erros e nem para admiti-los.

E mais, muitas vezes as pessoas veem com maus olhos aquelas que mudam de opinião. É como se os valores, os olhares e as crenças que mantemos hoje precisassem se manter obrigatoriamente para demonstrar coerência com nós mesmos. Mas, na verdade, somos mais do que obrigados a variar alguns conceitos como resultado da nossa experiência e maturidade. Do contrário, não estaríamos evoluindo.

As mudanças nos mantêm atualizados e não tem nada de errado deixar de defender o que ontem defendíamos com unhas e dentes.

Assumir nossa ignorância: um grande valor

“A sabedoria está em reconhecer a própria ignorância”, dizia Sócrates. “A ostentação do próprio conhecimento é a pior praga do ser humano”, afirmou Michel de Montaigne no século XVI. Poucos filósofos foram alheios à falta dessa dimensão que, na psicologia, chamamos de humildade intelectual.

A simplicidade também é uma virtude intelectual porque, com ela, sempre temos em mente que somos suscetíveis ao erro, que é aconselhável levar outras opiniões em consideração e que é preciso ter consciência dos nossos pontos cegos. Entretanto, o que na verdade são esses pontos cegos?

Estes pontos cegos são ângulos mortos que o nosso cérebro não percebe. Em outras palavras, são aqueles vieses dos quais não temos consciência, é a nossa rigidez mental e o fechamento cognitivo com o qual criamos barreiras contra as contradições, incertezas e opiniões contrárias.

Mark Leary, psicólogo social e da personalidade na Universidade de Duke, aponta algo importante: a própria ignorância é invisível para nós mesmos. Nós não a vemos e, se conseguirmos ver, será muito difícil admitir, porque aceitar que estamos equivocados gera sofrimento. Por outro lado, a pessoa simples, a mente que aplica a humildade intelectual, não terá problemas em assumir o erro. Fazer isso facilita o avanço, o aprendizado, e inclusive o enriquecimento cognitivo.

Casal fazendo planos

A importância da virtude intelectual

Há virtudes que passam despercebidas, mas que, no entanto, possuem a notável capacidade de transformar o mundo num lugar melhor. De alguma forma, aqueles que ostentam um excesso de autoconfiança e de arrogância, que demonstram ser infalíveis e inflexíveis, sempre chamam mais a atenção que os demais. São eles que levantam bandeiras como “Eu sei tudo e nunca estou errado!”.

E, no entanto, erram. Equivocam-se uma, duas, dez vezes. Porque quem não assume seus erros os repete. Por outro lado, a pessoa com humildade cognitiva e emocional monitora a si mesma e se atreve a fazer o correto, não o mais fácil, mesmo que isso implique assumir erros e aceitar outras perspectivas.

Porque, no final das contas, a simplicidade também é uma virtude intelectual. Ela se destaca como um exercício de indiscutível saúde social e emocional com o qual destronamos o ego para elevar a humildade, fazendo com que os preconceitos caiam por terra para abrir as portas para a flexibilidade e a compreensão. Poucos ofícios psicológicos são tão necessários hoje em dia. Que tal tentar exercitar essa capacidade? Vamos nos esforçar para torná-la real!

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Como a Yoga Transforma Nossa Vida

  Acredito que cada pessoa, incluindo você, gostara de  viver um pouco menos estressado (a) , não é mesmo? Este é um desejo bastante comum. ...